domingo, 28 de abril de 2013

27 - "Mas ela teve o bebé?"

O Sergio concordou em ir jantar a casa dos meus tios e, assim, depois de me de despachar, fomos em direcção da casa deles.


Em fins de Março as temperaturas já estão consideravelmente agradáveis, mas com o por do sol e o raiar da lua fica mais frio, pelo que optei por um conjunto confortável. O Sergio estava elegante, mas super desportivo.


Assim que chegamos a casa dos meus tios e, depois de tocarmos à campainha, eles abriram-nos a porta. 
- Ana...querida! - o meu tio abraçou-me e olhou para mim - como é que tu estás? E o que é que tu estás aqui a fazer? - perguntou ao Sergio. 
- Nada do que aconteceu é o que parece...temos de falar com calma.
- Entrem... - o meu tio deu-nos licença e nós entrámos em casa dele. 
Fomos até à sala onde estava a minha tia com o pequenino Sergio. 
- Boa noite - dissemos.
- Boa noite meus queridos - disse a Elsa vindo ter connosco e cumprimentando-nos.
O meu primo...estava maior, muito maior desde a primeira vez que o tínhamos visto. Estava a ficar cada vez mais bonito e maravilhoso. 
- Querem tomar alguma coisa? - perguntou o meu tio. 
- Não obrigada - respondi. 
- Sergio?
- Não obrigado Ricardo. 
- Eu telefonei-lhe porque achei que deveriam estar a par do que ia acontecendo pelos meios de comunicação. E depois como fui para os Estados Unidos...e não estive contactável ..pensei que fosse melhor falar com vocês, pessoalmente e esclarecer tudo. 
- Tu estás bem? De saúde... - perguntou a minha tia. 
- Mais ou menos...eu tenho um pequeno problema de coração. Não posso estar exposta a demasiada pressão e enervar-me durante muito tempo. Mas...quanto ao resto está tudo bem. 
- Mas esse teu problema...é já de há muito tempo? - inquiriu, preocupado, o meu tio. 
- Não. É recente. E estou a tomar medicação para isso. Os médicos não sabem é se é genético ou se é uma coisa mesmo minha.
- Os teus pais nunca tiveram nada disso. Nem o teu tio - esclareceu a Elsa. 
- Então deve ser mesmo meu. 
Ficamos ali, na sala de estar, a falar.
Contei-lhes tudo o que tinha acontecido entre mim e o Sergio. Eles ficaram incrédulos por algumas das coisas que a Pilar fez, pela forma como resolvemos tudo e...pelo facto de estarmos juntos. Aqui. Agora. Neste preciso segundo. 
- Eu nem sei o que dizer a tudo isso... - disse o meu tio. 
- Eu quero pedir-lhes desculpa. Por ter feito a Ana passar por tudo isto... - afirmou o Sergio...deixando-me completamente à nora - vocês são praticamente a única família de sangue dela e devo-lhes explicações. 
- Preocupem-se em serem felizes...a partir de agora. Não se preocupem com nada do resto. Podiam ir de férias...mas o Sergio com o trabalho que tem não dá, não é?
- É verdade...mas em Julho saímos daqui durante uns tempos e tiramos uns tempos só para nós - respondeu o Sergio. 
- E fazem muito bem. 
Enquanto que o Sergio ficou com o meu tio na sala, eu fui ajudar a minha tia com o jantar e com a preparação da mesa. Tinha-me pedido para colocar cinco pratos na mesa...mas nós seríamos quatro.
- Vem jantar alguém connosco? - perguntei.
- Vem sim...o teu tio ainda não te disse...mas é uma pessoa da família. 
- A serio?
- Sim...não queria ser eu a dizer-te...e...depois do que nos contaste do teu problema de coração...eu nem sei se deva seguir com esta ideia para a frente. 
- Tia...diga-me o que se passa. Por favor. 
- É melhor que o teu tio esteja presente. 
- Está a assustar-me. 
- Não. Não te assustes querida. Vem comigo - fomos as duas até à sala e sentamo nos. Eu ao lado do Sergio e a minha tia ao lado do meu tio - Ricardo...é melhor falares com a menina. 
- Já lhe disseste que vinha cá alguém?
- Ela estava a ajudar com a mesa...
- Ana... - o meu tio virou-se para mim - tens de ter calma. 
- Calma...vocês estão a assustar-me. 
- Eu acho que não é boa ideia contarmos. 
- Contam, contam! Eu aguento - dei o braço ao Sergio e segurei-o com força...tenho a certeza de que o que aí vem...não é coisa boa. 
- Vais ter de ter muita calma...e muita força. 
- Mas é assim tão grave? 
- Não é...grave. Pode ser chocante para ti.
- Conte. A serio...
- Bom. Eu não sei se sabes, mas eu estou em Madrid porque quando era mais novo eu e o teu pai passamos aqui umas férias e eu acabei por ficar cá a morar. 
- Não sabia. 
- E...foi nessas férias que o teu pai conheceu a tua mãe. Ela também estava de férias e foi aqui que a vida deles começou. 
- A serio? 
- Sim. Acho que só mesmo os teus avós é que sabiam. 
- Nunca me contaram nada...
- Pois não. Não te contaram nada porque...quando o teu pai conheceu a tua mãe, ela estava noiva de um rapaz. 
- Noiva!? 
- Sim. Os teus pais tinham uma certa diferença de idades. 
- Sim, eu sei. 
- E...quando eles se conheceram...eles começaram a sair muito...às escondidas. E...a tua mãe engravidou do teu pai. 
- Engravidou?!
- Sim...e ela quis levar a gravidez em frente...mas os teus avós sempre a contrariaram. 
- Eles não aceitaram a gravidez da minha mãe?
- Não. Queriam que ela abortasse e que continuasse com o noivado que tinha. Mas ela não o fez...e quando teve o bebé...
- Mas ela teve o bebé?
- Teve...cá em Madrid, quando fugiu com o teu pai e vieram ter comigo. 
- Uau...mas e...esse bebé...era eu?
- Não...este bebé nasceu 3 anos antes de ti. Mas...
- O que é que aconteceu?
- Os teus pais...depois de terem o bebé...voltaram para Lisboa. E deixaram-no a viver com uma família adoptiva. 
- Como...como é que eu nunca soube nada disso?
- Porque ninguém sabe...para os teus avós...o teu irmão morreu. 
- Irmão...
- Sim. Ele continua cá...sabe de toda a história, esteve presente no funeral dos vossos pais, nós estamos muitas vezes com ele...e ele sabe da tua existência...

(Sergio)
Toda esta história estava a ser completamente...surreal. 
A Ana tem um irmão. Um irmão de sangue...um irmão que nunca conheceu, que nunca brincou com ela, que nunca a protegeu como irmão mais velho.
Ela chorava, apoiada no meu braço e eu não sabia ao certo o que fazer ou dizer. 

(Ana)
- Nós...não sabíamos desse teu problema de coração...porque se soubéssemos não tínhamos combinado nada. 
- Mas...vocês combinaram alguma coisa? - falei entre soluços...toda aquela história...era estranha, era parva...mas...era a realidade. 
A realidade é que eu tenho um irmão, um irmão de sangue...que nunca tive e sempre o desejei ter.
- Ele soube do que aconteceu ultimamente e hoje foi ter comigo ao trabalho. Estávamos a falar sobre ti quando me telefonas-te. E ele quis vir conhecer-te. 
- Ele quis? 
- Sim...mas se tu não estiveres em condições eu falo com ele e digo-lhe que não venha. 
- Vem...eu quero conhece-lo...acho eu. 
- Ele deve estar a chegar...
- Já?
- Sim... - nisto sou-a a campainha...aquele som fez-me estremecer de uma ponta à outra. Levantamo-nos todos...
- Abro? - perguntou a Elsa. 
- Eu vou lá...tu achas que consegues? - inquiriu o meu, colocando-se à minha frente. 
- Talvez.
- Ele entenderá se não o conseguires. 
- Sim...Ana...se achares que não consegues...é melhor não ser já - falou o Sergio, agarrando-me pela cintura. 
- Vocês estão aqui...eu consigo. 
- Eu vou lá então - o meu tio deu-me um beijo na testa e ausentou-se. 
Ouvi uma voz diferente...era a voz do meu...irmão...da pessoa que tem o sangue igual ao meu...que tem os mesmos apelidos que eu...que é...a minha família mais próxima. O irmão mais velho que nunca tive...e sempre o quis ter. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

26 - "Não és um bicho papão mas papas muito!"

(Sergio)
Depois da tempestade vem a bonança. Diz-se e é verdade. Depois do que se passou, acordar e ter a Ana nos braços é das melhores sensação do mundo. 
O quarto estava meio escuro, sentia a respiração da Ana junto a mim, sentia o calor que emanava dela e...ouvia um tipo de respiração diferente. Levantei o meu tronco e percebi que estava outra pessoa na cama...a Miranda!? Mas...estas duas...dei um beijo na testa da Ana e decidi levantar-me e...preparar-lhes o pequeno-almoço.
Era super estranho adormecer com uma mulher na cama e acordar e ter cá duas...tinham de me contar toda esta história muito bem contada. 
Depois do pequeno-almoço preparado, voltei até ao quarto onde as duas continuavam a dormir. Ri-me com a situação...é, no minimo, hilariante. Abri os cortinados e a Ana começou a barafustar: 
- Sergio! Sabes que não podes abrir os cortinados assim!
- Ana! Fecha a porcaria dos cortinados - resmungou a Miranda. E eu desmanchei-me a rir. 

(Ana)
A pior coisa que me podem fazer pela manha é abrir os cortinados do nada. E o Sergio sabia bem disso...e a Miranda também. A Miranda! O Sergio! 
Levantei a minha cabeça e o Sergio estava a olhar para nós, de pé, a rir-se. E a Miranda estava deitada ao meu lado a por a almofada na cabeça. 
- Ana! Fecha a porcaria dos cortinados - resmungou a Miranda, fazendo com que o Sergio se risse ainda mais. 
- Miro... - ela retirou a almofada da cabeça e começou a ficar super vermelha. 
- Oh meu Deus...que vergonha.
- Vergonha? - indagou o Sergio. 
- Sim...era suposto sair daqui antes que acordasses...e tu já estás acordado e eu continuo aqui deitada - ela estava completamente à rasca, super encavacada. 
Eu comecei-me a rir. Era impossível não rir com aquele cenário. 
- E tu estás a rir-te do que? - ela meteu-se em cima de mim e começou-me a fazer cócegas. 
- Miranda! Pára! 
- Não paro não! Quer dizer...ris-te da minha situação em frente ao Sergio Ramos?
- Até parece que o Sergio Ramos é um bicho papão - desta vez quem falou foi ele. 
- Não és um bicho papão mas papas muito! - a Miranda...e a sua boca tão descontrolada... - eu se calhar não queria dizer isto.
- Querias mentir? - decidi alinhar...nós estávamos numa boa e éramos simplesmente assim quando estávamos juntas. 
- Já cá não está quem falou. 
- E que tal deixarem de falar de mim como se eu aqui não estivesse? - o Sergio veio para a cama e deu-me um beijo...daqueles que à muito eu esperava.
- Controlem-se lá com o mel que eu não quero ser vela de ninguém. 
- Tens de arranjar um namorado! - decidi meter-me com ela. 
- Talvez o Sergio me possa apresentar ao Xabi Alonso e logo vemos. 
- Ao Xabi Alonso? Rapariga, cuida-te aquele senhor é casado e pai de filhos. 
- É pai de filhos, mas já não é casado - falou o Sergio. 
- Muito me contas...e cunhadinho, não me arranjas uma cunha?
- Não me custa nada puxar uns cordelinhos, o rapaz até precisa de alguém e até és boa moça, cunhadinha. 
- Dá cá mais cinco - o Sergio deu-lhe com a mão dele na dela. Era tão bom  los...assim, a tratarem-se por cunhados, e serem amigos um do outro. 

(Miranda)
Ver a Ana feliz é das melhores coisas que me podem dar. Ela é como minha irmã, é mais que minha amiga, é a minha única família, é o meu suporte, é a minha melhor confidente.
Vê-la feliz com o Sergio é reconfortante. Podem dizer montes de coisas sobre ele, mas é um homem decente. É mais que cinco estrelas com a Ana. 
Depois de passarmos uma manha bastante animada, decidimos ir passear depois de almoço. Eles eram mel um com o outro, só tinham razões de o ser, mas em cada oportunidade que tinham era só mel e mais mel por todos os lados. 
Numa dessas demonstrações decidi retirar-lhes uma foto: 


Partilhei-a no facebook, por ser mais privado, e meti-me com a Ana. 
- Estou para ver o que é que os teus amigos vão pensar quando virem o que eu meti no facebook. 
- O que é que meteste? - ela foi ao telemóvel e sorriu de uma maneira completamente tornurenta. 
- Vão dizer que eu sou o tipo mais sortudo do mundo. 
- Lá nisso tens razão, Sergito!
Passamos a tarde toda a andar de um lado para outro. Espanha, especialmente Madrid, era sem dúvida nenhuma deslumbrante. Mas, infelizmente, tinha de me ir embora. Já tinham terminado as minha férias e tinha de voltar a Portugal, mas combinei com a Ana que voltaria em breve, até para conhecer o senhor Xabi. 

(Ana)
Passar o dia inteiro com os meus dois malucos é cansativo, mas é a melhor coisa do mundo. Foi complicado despedir-me da Miranda...estava cada vez mais dependente dela e necessitava de a ter por perto...mas quando se tem de trabalhar...é sempre complicado. 
Fui com o Sergio despedir-me dos pais dele e fomos para casa do Sergio...a nossa casa. Antes de qualquer coisa fui vestir uma roupa bem mais confortável e sentei-me no sofá ao lado do Sergio. 
- Nem sonhas as saudades que tinha de te ter a andar por aqui - dito isto, deu-me um beijo na face.


- Eu também tinha saudades tuas - olhei para o que estava a dar na televisão e reparei que os meus ténis eram iguais aos do Sergio. Aproveitei o facto para partilhar a nossa reconciliação. 

Andamos em sintonia...sem dar-mos conta. Te echaba de menos mi corazón
- Que é que andas para aí a fazer? - perguntou-me ele.
- A partilhar o facto de termos ténis iguais. 
- És tão louquinha. 
- E tu não gosta?
- Amo!
- E eu também te amo! 
- Que é que queres fazer?
- Bem...já que nos reconciliamos... - sentei-me em cima dele - temos de aproveitar que estamos sozinhos, para...matar saudades. 
- Ideias?
- Pode começar assim - dei-lhe um beijo completamente...demorado. 


O Sergio levantou-se do sofá, levando-me com ele ao colo. As minhas pernas rodearam a cintura dele, sem nunca perdermos os lábios um do outro. 
Fomos até ao quarto e quando lá chegámos parámos de nos beijar ficando com os narizes colados um ao outro. Coloquei os meus pés no chão e decidi investir nele. 
Mandei-o para cima da cama e comecei a jogar com os seus abdominais. Beijei-os sem lhe pedir licença, indo até ao seus lábios de novo. 
Ao invertemos as posições o rumo foi o mesmo, mas desta vez eu era a vitima de toda aquela boa tortura que o Sergio me causava. 
As minhas mãos passaram calmamente pelo seu tronco dando-lhe alguns beijos, quando me coloquei em cima dele, mas a minha atenção fixara-se no seu centro de prazer. Desapertei o botão das calças do Sergio, fazendo com que aquela, bem como a única que o tapava depois disso, saíssem do seu corpo. 
Ele tomou-me e fez com que a minha ultima peça de roupa também saísse do meu corpo. 


Eu sentia que ele estava nos limites. Ele estava quente, estava já ofegante ainda os nossos preliminares estavam no auge. 
Invertemos de novo as posições e fechei os olhos, o que apenas tornava o seu toque mais apreciado em mim. E começou, de novo, a minha tortura. Os meus gemidos começaram a fazer-se ouvir naquela casa e a mistura de prazer e desejo que ele me proporcionava deixavam-me com a uma vontade de ser dele, ainda maior. Quando menos esperei o Sergio entrou em mim e eu simplesmente implorava apenas que ele aumentasse o ritmo. 


Aquele nosso momento transmitia-nos um misto de sensações...era o desejo de sermos um do outro, as saudades de estarmos assim, alguma raiva por tudo o que tinha acontecido, mas, o que mais existia naquele momento, era amor...nós somos apaixonados, apaixonados um pelo outro e em qualquer momento nosso isso percebesse. 
Terminámos aquele momento quando os nossos corpos pediram descanso...e se tardaram a pedi-lo.

(Na manhã seguinte)
Acordei...super bem disposta e com o melhor homem do mundo ao lado. Comecei a enroscar-me nele. Ele acordou e tomou-me nos seus braços. 


- Bom dia - a minha voz estava...melosa. Eu estava...toda derretida. 
- Bom dia meu amor - ele deu-me um beijo, ao qual eu respondi com a maior vontade do mundo. 
- É tão bom que tudo esteja...como antes.
- Está ainda melhor. 
- Podes crer que está bem melhor. 
Ficamos os dois ainda algum tempo na cama, mas quando a hora dele ter de ir treinar chegou, levantamos nos, tomamos um duche e ele saiu para o treino, enquanto que eu fiquei simplesmente deitada naquela cama...recordando cada momento da noite passada.
Lembrei-me de telefonar ao meu tio. Não estava com eles à algum tempo e com tudo o que tinha acontecido e se tinha tornado publico, eles de certeza que tinham montes de perguntas a fazer. Combinei jantar em casa deles, com o Sergio se ele assim quisesse.