sexta-feira, 17 de maio de 2013

29 - "Os teus desejos...são só comigo?"

"- Desculpa o que? Achas mesmo tens o direito de pedir desculpa? Tu estás grávida e escondes-me isso" - aquela reacção da Miranda era tudo menos a que tinha imaginado. Fiquei de rastos...não queria que ela soubesse das coisas assim, queria ser eu a contar-lhe. 
- Miranda... - levantei-me da cadeira e fui até à varanda - eu não te contei nada antes porque...para além de estar com um certo medo de perder o bebé...quis aproveitar este momento só com o Sergio. Não...eu não tinha o direito de te esconder isto porque és a pessoa mais importante na minha vida...desculpa. 
"- Mas...achas mesmo que vais perder o meu sobrinho? Esse bebé vai ser a coisa mais linda do mundo, com os pais mais lindos do mundo e tios super babados para o receber."
- Tu...
"- Achas que eu ia ficar chateada por quereres esse bebé só para ti e para o pai? É óbvio que não sua loca! Quero é que me prometas que vais aproveitar essas duas semanas e depois quando chegares a Madrid tenho de conhecer o bebé."
- Queres matar-me do coração? Sabes que não se pode fazer isso a uma grávida. 
"- Sei sim, mas também não se deve fazer isso a uma tia! Já sabem se é menino ou menina?"
- É um menino irrequieto...deu-me o primeiro pontapé à uma semana e parece que quer jogar à bola. 
"- Estás lixada! Sai ao pai."
- Desde que não seja um mulherengo! - gargalhamos as duas e despedimos-nos. Ela tinha de ir com o Xabi para as férias em família e eu tinha o Sergio à espera para o nosso jantar. 
- Já se sabe... - comecei. 
- Achavas fácil esconderes uma barriga linda dessas? - ele veio ter comigo, colocou as suas mãos na minha barriga e deu-me um beijo - mas...a Miranda está chateada? 
- Não...queria que lhe tivesse dito quando soubemos, mas agora só quer conhecer o sobrinho. 
- Ainda bem - voltou a dar-me um beijo - já viste as mulheres que vais ter de aturar quando saíres cá para fora? - falou para o filho, acariciando-me a barriga. 
- Ele vai ter é de aturar o pai porque...as mulheres ele já atura e gosta muito delas. Quando ouviu a voz da Miranda ficou irrequieto ao inicio mas acalmou. 
- Parece que já sabe fazer a distinção. 
- Que distinção? 
- Entre o sexo masculino e o feminino.
- Ai de ti que empurres o teu filho para garras de meninas que não seja a mãe, a avó, tias ou primas! 
- Já me esquecia...és mãe galinha e ele ainda não nasceu. 
- Vamos jantar? 
- Sim...muda de conversa! 
- Eu nem mudava mas o teu filho está a precisar de alimento...
- E a mãe...não precisa? - o problema que ando a ter com o Sergio é que ele não tem a noção de que, eu com as hormonas todas baralhadas sinto uma vontade de estar com ele, maior que alguma vez senti...e ele faz de tudo para me provocar, sabendo que não resisto por muito tempo.
- Se o pai não provocar a mãe dessa maneira pode ser que haja sobremesa aqui no quarto. 
Trocámos alguns beijos ainda antes de sairmos de casa em direcção ao restaurante que o Sergio tinha escolhido. 

Estas férias servem essencialmente para começarmos uma nova fase. Esquecer tudo o que aconteceu em Madrid, com a Pilar, e regressar para casa com um espírito mais limpo, mais tranquilo e que consigamos ter estabilidade para que o nosso filho cresça bem. 
Passamos a primeira semana naquela casa que tínhamos alugado, mas a segunda aproveitamos para conhecer outros locais da Jamaica. Fomos até um resort onde desfrutamos de comida maravilhosa, de praias de água cristalina e de muito amor. 
Estamos no nosso último dia de férias na Jamaica, mas isso não significa que não o aproveitemos até ao fim. Tínhamos avião às 21h e o Sergio queria ir até à praia...mas eu estava com outros apetites e outras vontades. 
O Sergio estava na varanda e só a maneira dele...arrepiava-me toda e deixava-me...com ganitas


Rodeei-o com os meus braços e, de certo modo, senti que ele despertou de um transe.
- Estavas a pensar...
- Que temos o nosso filho a caminho...
- E...se deixasses isso por um momento e fosses ali dentro com a mãe dele que esta completamente louca por ti? - o Sergio virou-se para mim, continuando encostado ao ferro da varanda.
- Os teus desejos...são só comigo? 
- Deixas-me assim o que é que queres que faça? 
- Nada não...eu é que tenho de cumprir esse desejo não é? - ele começou a beijar-me o pescoço, começando a retirar-me as alças do vestido que tinha.
- Como se te importasses muito com isso...
Entrámos para o quarto e o Sergio fez-me toda dele...ele sabe seduzir-me só com um simples toque, sabe aquilo que me deixa num ponto louco e faz de tudo para se aproveitar dessa situação.
Até à hora de irmos para o aeroporto...ficamos apenas ali os dois...esquecendo por momentos o pequeno.

A viagem de regresso a Madrid foi mais cansativa que a de ida, não fossemos nós ter gasto uma quantidade excessiva de energia.
Eram 20h em Espanha quando chegámos a casa. Avisei a Miranda de que já tinha chegado, visto que ela também já estava em Madrid. Combinei almoçar com ela, com o Xabi e os filhos dele amanha, uma vez que o Sergio tinha sugerido que fizéssemos um almoço para que todos ficassem a conhecer o bebé.
Combinamos com a família dele e a minha e todos nos disseram que sim. Iria aproveitar para voltar a ver o pequeno Simão, o meu sobrinho, que já está com dois meses.

Na manhã seguinte: 
Contrariamente ao que costuma acontecer, acordei primeiro que o Sergio. Fiz a minha higiene matinal e vesti-me, tentando que a minha barriga se nota-se. Queria mostrá-la, mais do que nunca.


Comecei a levar as coisas para o jardim. Iríamos almoçar todos ao ar livre, com as crianças é melhor porque com este calor dentro de casa não se pode estar e, debaixo do toldo, sempre se está melhor. 
Eram cerca das 11:30h e o Sergio ainda não tinha aparecido. Fui até ao nosso quarto e ele continuava a dormir. Coloquei-me em cima da cama e dei-lhe um beijo nos lábios. 
- Tá na hora de acordar senhor Sergio - fiz-lhe umas festinhas na cabeça e ele abriu os olhos. 
- Que horas são? 
- É quase meio dia. 
- Dormi assim tanto?
- Pois...parece que sim. 
- E tu...já estás toda arranjada. 
- Já me levantei à algum tempo. Daqui a nada estão aí os teus pais e não tínhamos nada pronto. 
- Que é que já andaste a fazer? 
- Já preparei a mesa no jardim e o almoço já está todo pronto e planeado. Preciso é que o homem do churrasco levante o cu da cama. 
- Tu se não nascesses tinhas de ser inventada. Dá-me 20 minutos e já desço. 
- Fico à tua espera - dei-lhe um beijo e voltei ao andar debaixo. 
Levei os últimos copos para a mesa e assim já estava tudo pronto. 
O Sergio chegou ao jardim e preparou o churrasco, quando tocaram à campainha. Fui até à porta e eram os irmãos do Sergio: a Miriam e o René, com os respectivos conjugues e a pequena Daniela. 
- Hola! - a Miriam abraçou-me, felicitando-me pelo bebé. Cada um dos presentes fez o mesmo, ficando a pequena Daniela para o fim.
- Tinha tantas saudades tuas! - dei-lhe um abraço, ficando com a cabeça dela encostada à minha barriga e o primo dela deu logo um pontapé. 
- Ele mexeu-se! - gritou ela, toda feliz, colocando a mão sobre a minha barriga. 
- Parece que tens um fã Daniela! 
- Dói?
- Faz impressão, mas não dói. 
- É um menino ou menina? 
- É um menino. 
- Já tem nome?
- Não. Eu e o tio ainda não decidimos. 
- Depois dizem-me?
- Claro. 
- O tio Sergio? 
- Está lá fora.
Fomos todos ter com ele e passamos algum tempo a contar alguns pormenores da viagem. 
Passado pouco tempo já todos estavam presentes. Os pais do Sergio, os meus tios, o meu irmão com a minha cunhada e o meu sobrinho, a Miranda com o Xabi e os filhos dele. A Daniela e os filhos do Xabi davam-se lindamente, não fossem eles conhecerem-se praticamente desde que nasceram. 
- Ana! - exclamou a Miranda sentando-se a meu lado. 
- Eu não queria nada ter-te escondido...
- Deixa. Eu entendo-te - ela colocou a sua mão na minha barriga - já têm nomes para o pequeno?
- Ainda não. 
- E quando é que pensam nisso? 
- Não sei...ainda temos tempo. Agora...anda cá - peguei no telemóvel e tirei uma foto com ela que, obviamente, foi para o twitter. 

Como te quiero mi hermana
Passamos uma tarde maravilhosa, crianças a correrem para um lado e para o outro, a minha família aproveitou para conhecer a do Sergio e estávamos todos muito bem. 

Dois dias depois: 
Hoje o Sergio iria estar presente no programa de televisão: "El Hormigueiro" e disse-me para estar atenta ao twitter dele porque ia dar-me algo. 
Estava colada à televisão pronta para começar a ver o programa, quando ele me manda uma mensagem: 

"Vai ao twitter...é a minha primeira prenda para o nosso menino"

Abri o twitter e vi logo o que ele tinha colocado lá: 

Amo-vos com todo o meu coração. Este é o primeiro peluche do nosso bebé.
Sorri com aquilo. Era a primeira vez que o Sergio falava em público da nossa gravidez...eu não estava à espera que a minha primeira gravidez fosse tão pública como está a ser...mas está a ser aproveitada ao máximo e não podia estar a correr melhor. 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

28 - "vais ser o melhor pai que os meus filhos poderão ter um dia."

- Ainda bem que vieste Gonçalo - Gonçalo...era o nome do meu irmão. 
- O tio sabe que é o que eu mais queria. Ela veio?
- Veio sim. Está na sala... - ouvimos passos a aproximar-se e entram na sala o meu tio com o rapaz ao lado. 


Os nossos olhares cruzaram-se...eu não sabia o que fazer, mas as lágrimas pararam de escorrer pelas minhas bochechas e na me ocorria na cabeça.
- Ana... - ele pronunciou o meu nome e só consegui caminhar na direcção dele para o abraçar. Abracei-o como uma irmã abraça o seu irmão confidente quando precisa de conforto, de protecção, de um pouco de carinho. As lágrimas voltaram a cair de novo...mas talvez de felicidade, de o ter aqui por perto...de saber que ele é mais um fruto da história dos meus pais...que começou antes daquilo que eu pensava.
Olhei para ele...tinha parecenças com o meu pai...o nosso pai. Ele limpou-me as lágrimas e sorriu-me.
- Deixamos vos à vontade... - disse o meu tio. Saíram os três da sala. O Sergio ainda me lançou um olhar...de que está tudo bem.
Estávamos os dois a olhar um para o outro...sem precisar de dizer uma única palavra.
- És tão parecida com a mãe... - comentou ele.
- E tu com o pai...
- Sentamo-nos? - assinalei que sim com a cabeça e sentamo-nos os dois lado a lado no sofá - eu sei que é tudo novo para ti. Que não sabias da minha existência...
- O tio acabou de me contar...
- Nem sabes como sempre quis conhecer-te - ele agarrou-me na mão, com a força necessária para me transmitir a certeza de que ele estava a ser sincero.
- Eu queria dizer o mesmo...mas...
- Tu não tens culpa. Esconderam-me de ti porque foi o melhor para os pais. 
- Tu sempre soubeste...de mim?
- Sempre. A mãe e o pai, mesmo depois de me deixarem com a minha família adoptiva, vinham cá imensas vezes e ainda cheguei a ver a mãe contigo na barriga. E vi-te uma vez tinhas dois anos. Nunca mais vi ninguém depois disso...até ao funeral. 
- Tinhas quantos anos nessa altura?
- Sete. 
- E os avós...eles conheceram-te?
- Conheceram mas não ligaram nenhuma. Eu sou apenas o neto bastardo que eles renegaram. 
- Podias tentar conhece-los agora...
- Valerá a pena? 
- Tenho quase a certeza que sim. Eles estão muito velhinhos e a viver com uma tia nossa, irmã da avó. 
- Tenho de pensar...mas e tu? Fala-me de ti - ele sorriu-me e puxou uma madeixa de cabelo meu para trás da orelha.
- Eu...que queres saber?
- Tudo! Ou o que me quiseres contar...
- Eu conto-te tudo...mas demora algum tempo...e os tios já tinham o jantar quase pronto. 
- Então vamos ter com eles...e falamos disso ao jantar?
- Sim. E tenho de te apresentar uma pessoa. 
- O teu namorado...
- Sim.
- Eu sei que não tenho direito nenhum de o estar a dizer, mas achas que ele é pessoa para ti?
- Gonçalo...o Sergio não é nada do que dizem por aí. Temos os nossos problemas é certo, mas ele é maravilhoso...e vais ter tempo para o conhecer melhor. 
- Eu quero-te conhecer é a ti melhor. 
- Também tens de o conhecer a ele. O Sergio...é parte de mim. 
- Então terei todo o gosto em conhecer-vos. Vamos ter com eles?
- Vamos - levantamos-nos e o Gonçalo colocou-me debaixo do braço dele.
Chegámos à sala de jantar e não estava lá ninguém. Fomos até à cozinha e estavam lá os nossos tios.
- Vejo que já começaram uma boa conversa. 
- Já sim - confirmou o Gonçalo - obrigado por esta oportunidade tio.
- Não me tens de agradecer. Tanto tu, como a tua irmã tinham o direito de se conhecerem. 
- O Sergio? - a falta dele...era dolorosa. Estava bem...estava em família, mas sou dependente demais dele.
- Ele foi ver o Sergio. 
- Onde?
- Ao quarto. Sobes as escadas, segunda porta à esquerda. 
- Obrigada...já voltamos. 
- Não se demorem que o jantar está mesmo a sair.
- Trazemos o bebé?
- Não...só se estiver acordado. 
- Até já. 
Saí da cozinha e segui as direcções que o meu tio me tinha dado.
A porta estava entreaberta e o Sergio estava debruçado sobre o berço do meu primo.
- ...poderias estar com um primo ou prima a caminho. Se aquela semana não tivesse acontecido, a tua prima estava grávida neste momento...teria o nosso bebé na barriga dela - custou-me ouvir aquilo...e apercebi-me, à seria, do que se tinha passado. Entrei, sorrateiramente, no quarto, colocando-me atrás do Sergio, agarrando-o pela sua cintura.
- Ele há-de ter um primo ou prima - o Sergio agarrou-me pelas mãos e virou-se para mim.
- Ouvis-te...
- A parte do fim. Ter o nosso bebé na barriga nesta altura, era maravilhoso só pelo simples facto de que a nossa família ia começar agora.
- A tua família está a crescer Ana...
- Eu quero e estou a referir-me à minha família...contigo. 
- Ainda é complicado para mim saber que sofreste...um aborto...
- Shhh - coloquei-lhe o dedo em frente dos lábios...é ainda mais complicado ouvir tudo aquilo e relembrar as dores que tive nesse momento - se...a vida nos deu esta segunda grande oportunidade nós temos de a agarrar com força...tenho palavras tuas guardadas na minha cabeça desde o dia em que nos conhecemos, o dia em que te contei a história dos meus pais...aquilo que me disseste depois...nunca esqueci: "vi isso no teu olhar…quando me entrevistas-te. Vejo isso…nos teus lábios quando falas. No teu corpo quando te moves. És, sem dúvida, uma pessoa genuína e segura" - recordei aquele momento...ele falou de mim como nunca ninguém o tinha feito até então...dizia-me que era forte, sem eu me ter dado conta disso até então - foram das coisas mais bonitas que me disseste. Ouve muitas mais...quando o meu ex-chefe descobriu que tínhamos estados juntos e me propôs que te tentasse sacar informações...tu não te impostas-te que eu fosse para ao pé de ti e nem te importaste com os papparazi...dirias-lhes que "digo-lhes que és a rapariga mais maravilhosa que já conheci" - ele olhava-me com atenção...talvez por não esperar que me recordasse de todas estas palavras passado algum tempo...mas tenho de lhe demonstrar que ele é a pessoa que mais me importa...é a minha pessoa mais importante.
- "Eu não sei se é da tua magia ou o que foi…mas enfeitiçaste-me com esses teus olhos e, desde a entrevista, fizeste o clique que eu precisava. Quero ter a possibilidade de poder ter a certeza que escolhi a mulher da minha vida" - desta ver quem se lembrou foi ele. Mais uma das frases mais...maravilhosas que me disse um dia - não és a única que tem boa memória..."eu não sei a verdade do teu passado, sei do teu presente...e quero, pelo menos, fazer parte do futuro...não como apenas mais uma que te vai usar...mas como uma rapariga, que te vai...amar, sempre, Sergio" - o dia em que me levou a dançar ao Barnabéu...
- Como me disseste à pouco tempo, temos de aproveitar o momento...é o presente que conta...és tu que importa no meio disto tudo - disse-lhe.
- Eu amo-te tanto - ele colou as nossas testas e o seu olhar tinha um misto de dor e de felicidade.
- E eu amo-te ainda mais - beijamo-nos, sendo interrompidos pelo meu primo a chorar. O Sergio virou-se para ele e pegou-o ao colo - vais ser o melhor pai que os meus filhos poderão ter um dia. 
- E tu a melhor mãe que os vai acolher durante nove meses. 
Ainda ficamos os três algum tempo ali, até que o meu primo voltou a adormecer no colo do Sergio.
Descemos para a sala de jantar. Apresentei o Sergio ao meu irmão e a minha tia serviu o jantar. Sentamo-nos todos à mesa e a conversa foi tomada toda em torno da minha infância e da minha relação com o Sergio.

O tempo foi passando e estávamos já no mês de Abril.
Tenho-me encontrado demasiadas vezes com o meu irmão. Ele é uma pessoa espectacular e tem uma família linda. Tenho um sobrinho a caminho. A namorada do meu irmão está grávida de 8 meses e o menino está a crescer lindamente.
A Miranda...a minha irmã linda, maravilhosa e que sempre esteve comigo, veio morar para Madrid. Tem estado em nossa casa, mas são mais as noites que dorme em casa do Xabi Alonso do que propriamente no quarto de hóspedes. Ela merece alguém tão espectacular como o Xabi na vida dela. Um senhor como ele é de aproveitar. Ainda anda a tentar agarrar os filhos dele mas está num bom caminho.
No meio de toda a felicidade que existe com os que mais amo...há ainda mais felicidade em mim. Vê-los bem e felizes deixa-me satisfeita...e ter o meu homem a ser um cavalheiro todos os dias, a surpreender-me com o mais simples gesto do dia, é uma coisa completamente deliciosa e que eu amo bastante.

Julho
Vamos para fora de Madrid. O Sergio está de férias e é o momento ideal para sairmos daqui e tentar esconder por mais tempo o nosso pequeno segredo.

«Maio:
Ana tem andado com um mês difícil  Anda com quebras de tensão, enjoos, mudanças de humor repentinas. Julgou ser uma gravidez, mas ao realizar um teste essas esperanças dissiparam-se. 
Sergio, preocupado com todo aquele panorama, quase diário, decidiu leva-la ao hospital. Explicaram tudo o que se passava, que suspeitaram da gravidez mas que o resultado tinha sido negativo.
O médico, por sua vez, tinha as suas dúvidas. Tudo indicava que Ana estaria grávida. Depois de fazer análises e, enquanto esperavam pelo resultado das mesmas, o médico decidiu fazer uma ecografia para esclarecer o que se passava. 
- Sabe que muitas vezes os negativos dos testes de farmácia, são falsos negativos. 
- Que quer dizer com isso? - perguntou Ana, confusa. 
- A menina está grávida. 
- Estou? 
- Está? - tanto Ana como Sergio, tinham ficado surpresos com o que o médico acabara de lhes dizer. 
- Muitas vezes os testes dão negativo porque são feitos em momentos incorrectos do dia. Mas, pelo que vejo, a Ana está grávida de dois mês e meio.
- E...está tudo bem?
- Está sim. Tem aqui um rebento a crescer bem e com todos os indicadores que será perfeitamente saúdavel.»

Ainda existe o medo todos os dias de um aborto...o passado recente parece não desaparecer da minha cabeça e da do Sergio.
Concebemos o nosso bebé quando voltamos um para o outro. Depois de todo o pesadelo da semana que mais pareceu um mês na minha vida. Estou com quatro meses e meio de gestação, de um menino saudável que pretende ser jogador da bola na minha barriga. Ainda à uma semana deu o sei primeiro pontapé e desde então parece que não sabe fazer outra coisa.
O Sergio, leia-se pai mais babado à superfície da Terra, não se desfaz em baba porque eu não deixo. É super atencioso connosco, está presente em todas as ecografias e satisfaz-me em todos os desejos loucos que tenho.
Ele, finalmente, teve férias e rumamos até à Jamaica. O médico tinha-me dado autorização para viajar mas avisou que deveria ser a única viagem que iria fazer.
Foi longa...e custou a passar. Como viciada em twitter que sou deixei uma mensagem de despedida já que estas férias serão apenas para nós os três.

"Até ao nosso regresso"
Assim que chegámos ao pequeno paraíso que o Sergio tinha arranjado para nós, a viagem de avião parecia ter sido curta até.



- Como é que te sentes? - perguntou o Sergio depois de fechar a porta de casa, agarrando-se à minha barriga...que crescia a olhos vistos...mas que ainda ninguém tinha visto. Temos mantido tudo em segredo, não pelo medo de perder o bebé, mas porque queremos aproveitar este momento só para nós...chamem-nos egoístas, mas somos assim.
- Cansada...
- Então descansem até ao jantar. Vamos até ao quarto - subimos até ao andar de cima e era realmente linda aquela casinha.



Deitei-me em cima da cama e o Sergio a meu lado. 
- Mais daqui a nada podíamos dar um saltinho à praia. 
- Não estavas cansada?
- Estava...e estou, mas descanso um bocadinho e depois podemos ir apanhar sol. 
- Mas descansa - ele aconchegou-me nele e acabamos por adormecer...os dois no colo do papá. 

Tempo depois: 
Sentia o Sergio a mexer na minha barriga...era quase sempre assim que acordava, tanto ele como o filho dependiam um do outro. 
- Que horas são? - perguntei. 
- Cinco da tarde. 
- Vamos então até à praia?
- Não desistes da ideia? 
- Eu alguma vez desisti de algo?
- Nunca. 
- Então...
- Vamos. 
Levantamo-nos e fomos arranjarmos-nos para irmos para a praia, que ficava mesmo em frente da casa. 
Passamos ali um belo fim de tarde, não estava, nem muito calor, nem muito sol o que me ajudou a não me fartar tão depressa. 
Regressámos à nossa casa, por duas semanas, e preparámos-nos para irmos até a um restaurante jantar, quando recebo uma chamada da Miranda. 
Eram menos 6 horas em Espanha o que me fez não estranhar aquela chamada. 
- Olá minha menina linda - disse-lhe assim que atendi a chamada. 
- Até quando é que me ias esconder isto?
- O que? 
- Ainda perguntas o que? Está espalhado por toda a imprensa espanhola - fui até ao computador que estava no quarto, disponibilizado pela agência a quem alugamos a casa, chamei o Sergio e pesquisei o que a Mirando pudesse estar a falar.
Já se sabia da minha gravidez...não sei como, mas haviam paparazzi naquela praia. 

«Parabéns aos papás!
De férias, na Jamaica, Sergio Ramos tem motivos que sobrem para festejar. Pode não ter conquistado a Champions, mas tem um campeão a caminho. A sua namorada, Ana Moreira, está grávida e os dois aproveitaram um fim de tarde em família. 
Felicidades aos dois»
Era o que se lia nas noticias...
- Miranda...
- Miranda o que!? Quando é que me ias contar?
- Quando voltasse. Queria aproveitar estes primeiros tempos só com o Sergio. E também há aquele medo...desculpa. 
- Desculpa o que? Achas mesmo tens o direito de pedir desculpa? Tu estás grávida e escondes-me isso.