terça-feira, 23 de junho de 2015

59 - “Chegou o momento de perder o medo?”

Olá meninas!
Quero começar por vos pedir desculpa. Sei que já passaram quatro meses desde que publiquei o último capitulo...mas não pensem que desisti da história. Ok, se calhar desisti um bocadinho...a verdade é que a história deixou de me inspirar, de me dar vontade de a escrever e as ideias acabaram por desaparecer por algum tempo. Pensei muito no rumo que queria dar a esta história e só vos posso dizer que pretendo terminá-la. 
Não sei quando será, quantos capítulos faltam ou como irei terminá-la. Mas esta decisão já está tomada. Tenho já algumas coisas planeadas para os próximos capitulos e, hoje, deixo-vos aqui o 59! 
Boa leitura!



- Agora que eles estão todos lá fora a brincar, explica-me o que se passou - Ana chegava a sala, sentando-se ao lado de Miranda.
- É tão estranho - Miranda virou o seu corpo ligeiramente para Ana, agarrando-lhe as mãos - lembras-te daqueles oito meses que eu estive com uma família entre os meus 13 e 14 anos?
- Lembro pois -
Miranda, nessa altura, esteve em casa de um casal que cumpria todos os requisitos para a adoptarem. Depois de um período onde tudo corria bem, o homem da casa começou a revelar-se violento para com a mulher.
- A Manuela...que era a senhora que me queria adoptar e sempre me tratou bem, bom ela ligou-me.
- Não sabia que mantinhas contacto com ela...
- Achas? -
Miranda, com alguma dificuldade, levantou-se andando um pouco pela sala - eu nunca falei com nenhum deles desde que ela me foi entregar ao orfanato - Manuela, por perceber que o seu marido se tornava cada vez mais agressivo, optou por desistir do seu sonho de ter uma filha para o bem de Miranda, indo entregar a jovem ao orfanato - eu não sei como, mas ela conseguiu o meu número e ligou-me quando estávamos a sair da maternidade.
- Isso é estranho...
- É ainda mais estranha a conversa que tivemos.
- O que é que te deixou nesse estado tão nervosa e o Xabi a chorar?
- Oh o Xabi estava a chorar porque eu estava a chorar...
- Mas ele disse que ias precisar de mim.
- E vou. Mas, ai, não penses coisas más. Eu estou bem e está tudo bem...mas aquela mulher. Ana ela pediu-me ajuda para fugir do marido.
- O quê?!
- Ela está desesperada e não sabia a quem recorrer. Tem pouca família e os poucos que são não se querem meter nos assuntos deles -
Miranda sentou-se, de novo, ao lado de Ana - ela estava desesperada e só chorava a falar comigo. Tu sabes que, se ela não me tivesse levado ao orfanato, muito provavelmente acabaria por sofrer também com o marido dela.
- Eu sei disso mas...como é que a queres ajudar? Foste mãe à tão poucos dias, estás debilitada e não convém saíres do país... - Miranda baixou o olhar e, naquele momento, Ana percebeu que era para isso que Miranda precisaria da sua ajuda - é nessa parte que eu entro?
- Eu não te peço para ires lá, eu acredito que tenhas muitas coisas a fazer mas...ai eu não sei. Mas eu quero ajudá-la -
Miranda começou a chorar, deixando Ana surpreendida.
- Porque choras?
- Ela foi quem mais se pareceu a uma mãe para mim...foi a única família que me quis adoptar e ela sempre me tratou bem e com amor. Eu sinto que devia fazer algo por ela...
- Onde é que ela mora?
- Em Lisboa.
- Eu ainda tenho uns dias de férias e acho que o Sergio também...nós podemos ir lá e tentar chamar as autoridades.
- Ana...eu sei que vai parecer um absurdo mas...eu gostava que ela viesse para cá.
- Bom... -
Ana não estava à espera daquele pedido por parte de Miranda. Nunca pensou que aquela senhora a tivesse marcado tanto - vais ter de falar com o Xabi.
- E...tu não te importavas de ir buscá-la?
- Se for isso mesmo que tu queres...eu vou. Peço ao Sergio que venha comigo e trazemos a Manuela para cá.
- E não achas que estou a ser precipitada?
- Não imaginava que ela te tivesse marcado tanto, acho que é mais isso. Mas entendo que a queiras ajudar. Miro...o marido bate-lhe desde aquela altura?

Miranda não respondeu com palavras, limitando-se a acenar afirmativamente com a cabeça. Ana também não conseguiu pensar em mais nada a não ser no sofrimento que aquela mulher vive à mais de 10 anos. Foram interrompidas pela entrada de Ane na sala.
- A Esperanza caiu e riu-se mas o tio Sergio pensava que era mais grave - Ane sentou-se ao colo de Ana, olhando para Miranda - estás a chorar outra vez, Miranda. É por causa da senhora?
- É, querida -
Miranda passou com a sua mão pela face de Ane, levando-a de seguida à sua cara, limpando as lágrimas que caiam - mas eu acho que a vamos poder ajudar. Só preciso de falar com o teu pai.
- Ele está lá fora a correr atrás do Jon e deixou a Maya no ninho dela -
tanto Ana como Miranda esboçaram um sorriso pela forma como a pequena Ane escrevia todos os acontecimentos e a alcofa da irmã mais nova.



- Não te importas mesmo?
- Claro que não. Prefiro ir contigo do que ires sozinha mas, se calhar devia combinar-se qualquer coisa com a senhora. Porque não é a Miranda a aparecer lá.
- Tens razão -
entraram em casa e Ana deixou Esperanza ir para o chão brincar - a Pilar disse que a vinha buscar ainda hoje.
- Então mas os casamentos não duram o dia todo?
- Duram -
os dois riram-se e Ana acabou por se sentar no sofá, sendo surpreendida por Esperanza querer ir para o seu colo. Pegou na menina, sentando-a nas suas pernas - quem diria que esta piolha já fez um ano!
- Um ano, um ano -
disse Esperanza levantando o seu pequeno indicador.
- Oh Sergio eu vou comer este dedinho - Ana abriu a boca, precipitando-se na direção do dedo de Esperanza. A menina começou a rir-se, intensificando a gargalhada quando Sergio a pegou ao colo, fingindo que ela era um avião.
Sentou-se ao lado de Ana, fazendo algumas cócegas à pequena Esperanza.
- Olha ela tem cócegas!
- Deixa a menina, Sergio -
Ana fingiu bater-lhe, fazendo com que Esperanza se risse ainda mais.
- Está é na hora de fazer uma sesta, não? - perguntou Sergio, reparando que Esperanza bocejava - deita aqui - Sergio apontou para o seu peito e a menina deitou-se em cima dele.
Não demorou nem 10 minutos para Esperanza adormecer. Toda a excitação do dia, a correria e brincadeiras deixaram-na completamente cansada.
- Quero tanto ver o nosso filho cá fora - Ana falou em sussurro para não acordar a menina.
- São mais vinte semanas, meu amor - Sergio levou a sua mão até à barriga de Ana - já podia era começar a crescer a barriga e a sentir os pontapés.
- Já temos experiência nisto...a minha barriga só cresce a partir das 22 semanas, já sabes. Antes disso é só quando estou inchada.
- Continuas com medo? -
Sergio sentiu que Ana contraiu todo o seu corpo, desviando o seu olhar do de Sergio.
- Um bocadinho...preciso de me aconselhar com a minha médica, se há qualquer coisa que se possa fazer para ter mais garantias que a gravidez não será de risco.
- Se for de risco ela diz qualquer coisa, não?
- Claro. Mas, não sei, devia haver possibilidade de fazer qualquer teste, ou vitaminas...qualquer coisa que me desse mais garantias, entendes?
- Sim, claro. A médica vai manter-nos sempre informada e alerta. Já pensaste se será menino ou menina?
- Oh...claro. Mas tenho medo de pensar muito porque, lá está, eu tenho medo.
- Ana, mi amor, es nuestro hijo... não podemos ter medo de sonhar com ele, de o amar e sentir que ele existe. É o nosso bebé, o filho que Deus nos quer dar...fomos destinados a ter um bebé juntos. Está destinado a sermos pais. Juntos.
- Eu já perdi dois bebés, dois -
Ana agarrou a mão de Sergio, olhando para ele - ser mãe é o que eu mais quero na vida e, sendo tu o homem que amo, só te vejo como o pai dos meus filhos. Eu quero e já amo muito este ser maravilhoso que cresce, saudável, dentro de mim. Mas o passado recente deixa-me insegura, frágil e com medo - Sergio sorriu-lhe e acabou por, também ela, sorrir - e...Sergio, eu quero falar contigo sobre outra coisa.
- Dime, mi reina.
- Estamos noivos...
- Pois estamos, estamos.
- E eu não quero que seja algo muito rápido. Temos de pensar bem, em datas e que seja com calma. Não interessa se é daqui a um ano, ou dois, ou até mesmo amanhã. Mas que seja com calma...
- Oito de janeiro.
- Hã?
- É a data mais marcante para nós. Conhecemo-nos nesse dia, apaixonei-me por ti nesse mesmo dia. Acho que é uma data bonita.

- Tinha pensado mais no verão mas...essa data é muito melhor, sem dúvida - Ana aproximou-se dele e, tentando não tocar em Esperanza, deu-lhe um longo e apaixonante beijo.
- Casamos para o ano? - perguntou Sergio deixando Ana surpreendida.
- Já?
- Temos tempo para planear tudo com calma, todos os detalhes e...
- Eu vou estar de sete meses, com uma barriga já grande!
- Pois...não queres?
- Não. Sim, quer dizer claro! -
voltou a beija-lo intensamente não resistindo a acreditar que a sua vida iria melhorar, que aquele bebé iria ser forte o suficiente para nascer e crescer saudável. Ana acreditava, enquanto beijava Sergio, que tudo seria bom dali para a frente.



- Vá lá, fiquem para jantar... -
pedia Ana a Pilar e os seus pais.
- Querida, não queremos dar mais trabalho - a mãe de Pilar aproximou-se de Ana, agarrando-a pelo braço - vocês precisam de descansar e não de tratar de jantar para tantos.
- Não são assim tantos... -
comentou Sergio, pegando em Esperanza ao colo.
- Mãe, se eles insistem nós ficamos. São eles a ter o trabalho - Pilar e Ana riram-se e todos acabaram por ficar mais animados.
Ana, Pilar e Antonella foram até à cozinha para começarem a tratar do jantar.
- Estamos mesmo a contribuir para a natalidade deste país.
- Estás tu e a Miranda. Eu ainda não contribuí com nada...
- Daqui a sete meses vais contribuir, minha querida.
- Sete meses...
- Alguém continua com muito medo ou é impressão minha? -
perguntou Pilar, aproximando-se de Ana. Reparava que a rapariga olhava para a sua barriga, ao mesmo tempo que permanecia agarrada à bancada da cozinha - eu não posso dar grandes conselhos de gravidez porque a minha experiência foi...completamente diferente de qualquer outra que conheço.
- Mas, e desculpem interromper, eu acho que a Ana precisa mais do que conselhos -
Antonella conseguiu capturar toda a atenção das duas - antes de seguires qualquer conselho sobre o que fazer, neste momento precisas de te entregar à esperança de que esse rebento irá nascer. Tens de te concentrar nele e esquecer o que já te aconteceu. Faz parte do passado. Neste momento é o presente que importa – Antonella aproximou-se de Ana, levando as suas mãos à sua pequena barriga – dentro de ti há um bebé a crescer, saudável e protegido. Por ti e por Deus. Sabes porque é que a Pilar é filha única? – Ana acenou que não com a cabeça – sempre tive problemas em engravidar e eu fiz muitos abortos até que conseguisse que uma gravidez chegasse ao fim – Antonella olhou para Pilar sorrindo, voltou a olhar para Ana acariciando-lhe a barriga – aposto que ainda não tiveste nenhum momento assim. Onde sentisses a tua barriga e os teus dedos parecessem colar à tua pele. E, nesta altura, tu precisas desse momento – Ana reparava que, naquele momento, a sua barriga parecia maior que o habitual. E sabia que Antonella tinha razão: por mais que Sergio tocasse na barriga, que falasse no bebé...Ana ainda não tinha tido o seu momento a sós e de entrega àquele filho.
- Meninas... – Sergio aparecesse na cozinha, percebendo que interrompia o momento – boa. Eu chego sempre na hora certa, não haja dúvida – viu que Ana chorava e que, depressa, tentou limpar aquelas lágrimas.
- Sempre tiveste esse hábito, realmente – comentou Pilar, indo para junto do fogão.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Ana, olhando para Sergio.
- Hum. A Esperanza tem fome.
- Eu já levo a sopa dela.
- Boa, até já então –
Sergio saiu da cozinha e Ana não hesitou em abraçar Antonella.
- Nella, obrigada...
- Não me agradeças querida –
as duas olharam-se e Antonella limpou as lágrimas que teimavam em cair no rosto de Ana – sempre que precisares poderás falar comigo.
- E comigo! Não sei tanto do assunto... –
Pilar olhou para Ana, mexendo o arroz que fazia – mas estarei aqui para o que precisares.
- Obrigada. Às duas.
- A Pilar ficou com ciúmes, isso sim! –
as três acabaram por se rir e deram continuação à preparação do jantar. Ana aqueceu a sopa de Esperanza, indo até à sala para que a menina comesse.
Paco tomou a iniciativa de pedir a Ana para dar a sopa à neta. Enquanto ele o fazia, Ana e Sergio acabaram por se afastar tendo um momento mais privado.
- Porque estavas a chorar? – Sergio tinha os seus braços em torno do corpo de Ana e os dois estavam bastante próximos.
- A Nella contou-me que também teve vários abortos...e disse umas quantas coisas que me fizeram pensar em tudo mas, sobretudo, no nosso filho.
- Chegou o momento de perder o medo?
- Acho que esse momento nunca vai chegar, Sergio –
Ana deu-lhe um pequeno beijo nos lábios, passando com a sua mão na face de Sergio – mas tenho de começar a desfrutar da minha gravidez. E agora tenho de ir acabar o jantar com elas, guapo.
Com alguma dificuldade conseguiu afastar-se de Sergio indo até à cozinha. Finalizou a preparação do jantar com Pilar e Antonella e as três foram para a sala de jantar quando tudo estava pronto. Sergio, sem ninguém lhe ter pedido, tinha colocado a mesa.
Como ainda tinham algumas coisas de Esperanza (que muito provavelmente seriam para utilizar para o filho deles) em casa, colocaram a cadeira de refeição da menina junto de Pilar para que ela pudesse ficar perto deles.
- Quando é que nos voltam a visitar?
- Isso é mesmo vontade de nos voltares a ver? –
perguntou Antonella.
- É sim, pode crer. Sabem bem que gosto imenso de todos. Independentemente do que aconteceu no passado, eu sei que poderei contar com a vossa amizade no presente.
- Podes ter a certeza que podes! –
começou Pilar – eu agora vou com os meus pais para Málaga mas devo voltar dentro de um mês. Para ficar.
- Vais viver cá? –
questionou Sergio.
- Vou. Aliás, vamos. Os meus pais já queriam à algum tempo, voltar para Madrid e está mais do que na altura.
- Isso é óptimo! Assim vamos vermo-nos mais vezes, organizar mais jantaradas e isso. Até podemos ir às compras aqui para a pequena coisa que está dentro de mim.
- Olha, olha estou a gostar dessa ideia, estou!
- Vocês vejam lá que ela, quando anda às compras, é perigosa. Então coisas de bebé...
- Já estás para aí a fazer suposições. Eu não sou nada disso! –
todos se riram e acabaram por ter um agradável e tranquilo jantar.


- Ai Sergio, que chato, nossa senhora!
- Oh, cala-te. Ainda só te pedi um beijo e já dizes que sou chato?
- Sim! Estás só a querer agarrar-me e está calor!
- Isso já é o teu mau humor a falar. Amanhã temos a ecografia dos três meses.
- Não me digas...olha, eu não sabia nada disso!
- Confirma-se, estás mesmo de mau humor. Já não te dou a prenda que tenho para ti.
- Não quero as tuas prendas –
Sergio riu-se, percebendo que ela estava a atravessar a fase do dia onde o humor mudava por completo.
Pilar, os pais e Esperanza já tinham ido embora à quase uma hora, mas nenhum dos dois conseguia adormecer. Como Ana dizia, estava mesmo calor.
- Não queres mesmo?
- Não! Era o quê?
- Olha, não te vou dizer. Não querias mais nada, tu.
- Estúpido.
- Até já me insulta, Jesus!
- Desculpa. Sabes que hormonas descontroladas e calor, misturados numa só noite, dão comigo em doida.
- Eu dou-te um grande desconto. Já falaste com a Miranda por causa da nossa ida a Lisboa?
- Não! Oh fogo! –
Ana pegou no telemóvel que estava na mesa-de-cabeceira, percebendo que era o de Sergio. Olhou para ele, como que pedindo a sua autorização para o utilizar.
- Está à tua vontade. O que é meu, é teu.
- Obrigada –
digitou o número de telemóvel de Miranda, esperando que ela atendesse. Não demorou muito a fazê-lo.
- Buenas noches, Sergito!
- É mesmo a Anita que está deste lado.
- Eu bem estava a estranhar ser o cabeçudo a ligar...
as duas riram-se estás boa?
- Assim, assim. Estou com um mau humor do caraças!
- Isso é efeito do calor.

- E tu, estás bem? Como é que se está a dar a Maya na primeira noite em casa?
- Está super calminha, já adormeceu. Por isso dá-me descanso que bem preciso.
- Ainda bem. Também quero um bebé assim –
olhou para sua barriga...Ana queria começar a criar a sua ligação com o bebé, mas tinha medo. E esse medo deixava-a reticente nisso mesmo.
- Vais ter. O meu sobrinho ou sobrinha, vai sair à prima. Já estás mais...sem medo?
- Não. Ainda é complicado pensar nisso tudo.
- Amanhã tens ecografia, não é?
- Tenho.
- Vais ver que, depois da eco, vais sentir-te melhor.
- Assim espero –
Sergio olhou-a, percebendo que deveriam estar a falar da gravidez – olha, temos de falar sobre a ida a Lisboa.
- Ah, sim, sim.
- O Sergio começa os treinos daqui a três dias. Amanhã temos a ecografia, por isso...
- Só lá podem ir depois de amanhã. Eu vou falar com a Manuela...eu não sei como vos agradecer.
- Não precisas de o fazer. Sabes que só queremos que estejas bem, que faças o bem. e, neste momento, não podes nós somos os padrinhos mágicos que vão fazer o recado por ti.
- Obrigada, a sério
do outro lado da linha, ouviu-se o choro de Maya oh não...
- Parece que alguém acordou.
- Parece, parece...vá, vou ver dela. Obrigada, a sério.
- De nada. Manda beijinhos para todos e dá beijinho a ela por nós.
- Dou, sim senhora.

Ana desligou a chamada, colocando o telemóvel no mesmo sitio. Olhou para Sergio, aproximando-se um pouco dele.
- Depois de amanhã vamos para Lisboa...
- Muito bem. Então e, como és uma grande noiva e mãe do meu bebé, eu vou buscar a prenda – Sergio levantou-se indo até ao roupeiro. Voltou de lá com um saco de papel, sentou-se na cama e entregou-o a Ana – espero que gostes. Sei que não é a primeira coisa que recebes mas...é a minha primeira.
Ana estranhou aquela justificação de Sergio, pegando no saco. Abriu-o e pode ver um bonito casaco de malha em branco. Pegou nele, deixando escapar uma lágrima.
- Sergio...
- Eu sei que o Mario te deu uma chucha...daí não ser a primeira.
- É a primeira sim. A primeira roupinha do nosso bebé.
- Convém é comprar mais qualquer coisa que não pode sair da maternidade só com isso vestido.
- Que parvo –
os dois riram-se e Ana puxou-o para junto dela, deixando-se envolver num beijo quente e apaixonado.
 

Era altura de rumar a Lisboa. Estava tudo tranquilo, Ana tinha conseguido autorização da médica para viajar e, na mesma consulta, ficou mais tranquila ao saber que o seu bebé estava a crescer cada vez mais saudável. Ana e Sergio estavam expectantes sobre o que aquela viagem lhes iria proporcionar...iriam fazer algo que nunca pensaram ser possível fazer. Iam a medo. Mas com coragem para enfrentar tudo. Inclusive o marido de Manuela caso fosse preciso. 


Que tal? O que acharam deste capítulo? Não traz novidades bombásticas, não traz grandes acontecimentos mas marca, talvez, um ponto de viragem na história. Espero que tenham gostado e fico à espera dos vossos comentários. Um beijinho,
Ana Patrícia.