quinta-feira, 26 de setembro de 2013

37 - "Estás incluído no menu do meu pequeno-almoço?"

Acordei a sentir beijos na barriga da perna. E com o cheirinho a chocolate. Surpresa do menino Mario? Espreguicei-me, mesmo que deitada, e o Mario deitou-se, com cuidado, em cima de mim. 
- Buenos dias! - ele deu-me um beijo na bochecha.
- Bom dia.
- Dormiste bem? - ele começou a beijar-me as costas. 
- Dormi sim, e tu? - a muito custo, consegui virar-me de barriga para cima, levando o lençol comigo. Estava com frio. 
- Eu também dormi bem... - as nossas caras estavam muito próximas uma da outra, eu apenas coloquei as minhas mãos na cara do Mario, puxando-a para mim beijando-o. 
Tinha falta destas coisas de manhã. De ter um homem a mimar-me, a...amar-me de maneiras diferentes do que apenas daquele sentimento forte. Tinha falta de ser de alguém, de ser de um homem, de ter prazer, de ser beijada, de beijar. Tinha falta do toque forte, mas meigo de um homem. Tinha falta de sexo, de suar por estar a ter prazer, de ficar cansada porque simplesmente demos o nosso corpo ao manifesto. Tinha falta de me sentir eu. 
- Fiz o pequeno-almoço para nós... - disse ele, depois de ficar alguns segundos a olhar para mim. 
- Cheira a chocolate...
- Tens: croissant de chocolate, morangos, uvas, café, sumo de laranja e torradas. É só escolher. 
- Esmeraste-te...
- Queria surpreender logo de manhã. 
- Querias era engordar-me só pode!
- Por isso é que trouxe várias coisas, assim comes aqui que for mais saudável para ti.
- Estás incluído no menu do meu pequeno-almoço?
- Hum...dizia que era a sobremesa, mas no pequeno-almoço não faz sentido. Acho que poderei ser o suplemento alimentar. 
- Agrada-me imenso! - voltamos a beijar-nos, mas o meu estômago fez um barulho que deve ter sido audível para o Mario. 
- Acho que por agora precisas mesmo é de comida. 
- Acho que sim... - desmanchamo-nos os dois a rir e o Mario saiu de cima de mim, dando-me espaço para me levantar. 
Peguei na camisa dele que estava no chão ali bem perto da cama, vestindo-a. Não sei o que se estava a passar comigo mas estava a ficar cheia de frio! 
Sentei-me no meio das pernas do Mario, fazendo com que os braços dele ficassem bem colados ao meu corpo para me sentir mais quentinha. 
- Ana...tu estás demasiado quente - alertou ele. 
- É...acho que estou a ficar doente. Estou com frio...
- Uma constipação, é o mais certo - ele foi com os lábios dele de encontro ao meu pescoço, depositando lá um beijo.
- Então é melhor não estarmos assim, ainda te pego. 
- Não, ficas aqui sim - ele esticou-se para puxar o tabuleiro para junto de nós e coloquei-o sobre as minhas pernas.
O Mario tirou logo uma torrada e eu dei um gole no sumo de laranja...e doía me a garganta. Doente com o calor dos últimos dias? É o que dá beber coisas geladas, dormir com o ar condicionado ligado...
Optei por beber apenas o sumo e comer os morangos e as uvas. Nem as torradas nem o croissant me chamaram à atenção. Seria algo quente e com as dores de garganta não é lá muito bom. 
- Era só o que faltava...ficar constipada.
- Se ficares por casa e tomares já algo ficas boa depressa.
- Vamos ver...eu quando fico assim é, no mínimo, uma semana...
- Oh a minha loquita está doentinha... - ele abraçou-me e eu encostei a minha nuca ao peito dele. 
- Não posso...tenho de tomar conta da Esperanza hoje sozinha. E ela não pode ficar doente também. 
- A Miranda não está em casa?
- Foi lá não sei para onde porque o Real joga fora.
- Ah...então, mas eu posso ficar lá em casa contigo e tomo conta de ti e da Esperanza. 
- É...vais tu lá para casa e o Suárez vai para os treinos.
- Eu não tenho treino hoje.
- Mesmo assim...
- O Xabi não me deve querer lá em casa...é isso?
- Não. Ele gosta de ti e, sendo meu amigo, ele tem aceite as coisas...mas eu não quero estar dependente de ti. Isto é só uma coisinha de nada. Pode ser que daqui a nada esteja melhor - eram essas as minhas esperanças, mas a verdade é que as dores de garganta aumentavam, devia estar cheia de febre e espirrei.
- Vais ficar melhor vais...depois de tomares um banho quente e tomares um comprimido. Eu levo-te para casa e fico com vocês as duas até a Miranda e  o Xabi voltarem.
- Não é preciso Mario, a serio - ele fez-me olhar para ele. 
- Eu vou e não se fala mais nisso.
- Tudo bem. Obrigada. 
- De nada, minha doentinha - ele deu-me um beijo e o meu telemóvel começou a tocar.
- Agora onde é que ele estará... - ia a levantar-me, mas o Mario levantou-se primeiro que eu, indo até à cómoda que estava ao fundo da cama encostada à parede.
- Estava aí no meio do chão e eu meti-o aqui...é a Miranda. 
- Que horas são?
- Quase onze. 
- Bonito... - atendi a chamada e, antes que ela dissesse alguma coisa, fui eu que falei - estou já a ir para aí. Desculpa. 
- Tudo bem, despacha-te. 
- Sim - desliguei a chamada, levantando-me - já devia estar em casa, a Miranda vai apanhar o avião ao meio dia. 
- Vamos então tomar um duche rápido. 
- Sim...
Apesar de ter sido rápido houve beijinhos e miminhos. Mas nada mais. Sinceramente, estava sem forças para o fazer. 
Depressa nos vestimos e saímos de casa do Mario em direcção à do Xabi.
Assim que entrámos, a Miranda apareceu no hall com a Esperanza ao colo.
- Estava a ver que não! Aposto que quando liguei ainda estavas deitada!
- Estava sentada... - a minha voz saiu meio rouca. 
- Que se passa? Andaste a cantar a noite toda?
- Não...quer dizer parte dela. Mas estou a ficar doente. 
- Bonito...toma cuidado contigo, e tu Mario toma conta delas as duas - a Miranda passou a Esperanza para o colo do Mario, que segurou na menina com muita segurança - portem-se bem, amanhã já cá estamos. Beijinhos. Fui! 
É foi assim que o furacão Miranda saiu de casa. Estávamos a ir para a sala, quando recebi uma mensagem dela. 

«É verdade: procura no google por Ana Moreira e Mario Suárez. Irás gostar de ver as notícias que saíram. Besos!»

Bonito...sinceramente, já esperava. Mas não assim tão rápido. 
- Mario...já há notícias sobre nós. 
- Como é que sabes?
- A Miranda disse...importas-te de ficar uns segundos só com a menina enquanto vou buscar o computador?
- Não, vai lá buscar. 
Fui até ao meu quarto, peguei no pc e num casaco e fui até à sala, de novo. O cenário esse era lindo: o Mario simplesmente embevecido a olhar para a Esperanza e a brincarem com a mão um do outro. 
- Ela gostou mesmo de ti... - sentei-me ao lado deles, pousando o pc nas pernas e vesti o casaco. 
- Ela é tão querida. É mesmo uma menina bem disposta e simpática. 
- Às vezes é uma teimosa que nem imaginas.
- Como todos os bebés são. 
- Também é verdade. Ela vai gostar de te ver mais vezes. 
- Ela e tu, ou só ela? 
- Nós as duas. 
- Quanto tempo é que ficas com ela? 
- Não sei...a Pilar começou o tratamento à duas semanas é previsto que sejam três meses mas tudo depende da evolução dela. 
- E não tens medo de te apegar demasiado a ela?
- Já me apeguei, mas sei que ela não é minha tenho isso na consciência. 
- A tia Ana tem sido uma boa tia, não tem? - perguntou ele à Esperanza que lhe sorriu - Pois tem! - ele riu-se e olhou para mim - já foste tomar alguma coisa?
- Não...já vou, vamos ver é as notícias primeiro. 
Abri o pc e, como estava em modo suspensão, foi menos tempo até abrir uma página da internet. Fiz a pesquisa como a Miro tinha dito e foi facílimo de encontrar. 
- Gosto das fotografias - disse o Mario. 
- É...até que estão engraçadas. 
- Que é que diz? 
- Vou abrir vários sites para ver. 
As fotografias variavam entre duas. Como o camarote onde estávamos era meio escuro deviam ter sido poucas as fotografias que tinham conseguido. 
No primeiro site onde entrei não haviam fotografias. Apenas texto que li para o Mario: 

«Mario Suárez, jogador do Atlético de Madrid, não foi convocado para o primeiro jogo do campeonato mas mesmo assim marcou presença no Vicente Calderón. O médio defensivo esteve a ver os seus companheiros de equipa mas o que nos chamou mais à atenção foi a sua companhia: Ana Moreira.
A portuguesa que roubou o coração de Sergio Ramos acompanhou o jogador do Atlético e os dois pareciam bastante íntimos  resta saber se Ana e Mario estão realmente juntos ou se apenas numa fase de se conhecerem.»

Ele nada disse e eu entrei noutro site que já tinha uma fotogaleria com fotografias nossas. 

«Na noite passada, enquanto decorria o jogo Atlético Madrid vs Sevilha, os olhos estavam postos no novo casalinho. Pelo menos os olhos dos fãs de ambos e...de Sergio Ramos. 
Mario Suárez fez-se acompanhar de Ana Moreira num camarote, estavam os dois sozinhos e desfrutaram do jogo. A jornalista mostrou-se bastante impulsiva, criticando algumas decisões do árbitro e o médio defensivo acompanhava-a nos comentários. 
Estavam também bastante românticos, mais no intervalo do jogo tentando sempre não demonstrar certos tipos de gestos. Dadas as condições do local onde se encontravam são pouca as fotografias, mas elas demonstram bem o que o casalinho andou a fazer.»



- Gostam muito de inventar... - comentou o Mario. 
- Também não inventaram nada demais...nós estivemos juntos era normal que fossem falar.
- Não inventam?
- Não estamos juntos?
- Como casal não - sim, era verdade que não o éramos e era bom que ele pensasse assim. 
- Sim, mas estamos juntos a passar bons momentos e eu quero passar dias contigo, quero conhecer-te melhor e aproveitar. 
- Queres mesmo?
- Quero Mario. Eu não me quero apaixonar, nem sei se isso é possível, mas eu gosto de estar contigo e gosto imenso de ti.
- Faço minhas as tuas palavras - ele aproximou-se e deu-me um beijo, eu tive de me afastar depois de um beijo já que tinha de espirrar - vai tomar o comprimido é melhor. 
- Sim...
Fui até à cozinha buscar o copo de água e quando estava a voltar para a sala ouvi o meu telemóvel cada vez mais perto. Do nada apareceu-me o Mario à frente com a Esperanza ao colo e o meu telemóvel na mão. 
- É o Sergio... - ficámos os dois a olhar um para o outro, eu atendi a chamada e fomos até à sala...a conversa deveria ser longa.


Aqui têm mais um capitulo! Espero que gostem e que deixem os vossos comentários, nem que seja só um gostei/não gostei.
Quero aproveitar também para agradecer a todas as que têm comentado e que me têm acarinhado ao longo do tempo.
Queria também, dar este capitulo à Cátia Gomes. Ela faz anos hoje e é para ela este capitulo. Muitos parabéns guapa!
Beijinhos.
Ana Patrícia Moreira.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

36 - "Temos de começar a animar os nossos dias"

Ultima manhã de Agosto. E estava a começar a correr bem. A Esperanza não me tinha acordado, contrariamente ao que costuma acontecer sempre. Eu é que a tinha acordado a ela. Coitadinha...mas já tinha dormido tanto tempo, ambas tinhamos adormecido, mesmo com o despertador do telemóvel a tocar. Mas, mesmo assim, não estava preocupada. Tinha mandado mensagem ao Mario, que me garantiu que esperaria por nós. 
Tratei primeiro da Esperanza. Dei-lhe banho, o seu leitinho e vesti-a. Simples, com um vestidinho, já que ia passear. 
Quando ela estava despachada, fui deixá-la com a Miranda, que estava já a tomar o pequeno-almoço com o Xabi. Cumprimentei-os e fui tratar de mim. 
Um banho rápido, creme pelo corpo, cabelo seco e solto ao natural, roupa, sapatos e perfume.


Arranjei o saco da Esperanza e desci até ao hall, onde estava já o carro dela ainda fechado. Fui colocar tudo no meu carro antes de a ir buscar. 
Voltei à cozinha: 
- Precisam que traga alguma coisa da rua para o almoço ou o jantar? - perguntei. 
- Penso que não - respondeu o Xabi. 
- Não, não é preciso nada...e tu vens almoçar? 
- Sim, em principio sim.
- Se entretanto mudares de ideias, avisa. 
- Claro - peguei na Esperanza e despedi-me deles, indo até à rua. 
Coloquei a Esperanza na sua cadeirinha. Não gostava destas viagens de carro a duas, ela podia sempre precisar de alguma coisa e eu estar a conduzir atrapalha-me. Mas têm corrido bem. 
Em menos de vinte minutos já estava no sitio combinado. Estacionei o carro e, antes de tirar a Esperanza do mesmo, retirei o carro dela do porta bagagens. Preparei-o e coloquei lá pendurado o saco dela. Depois de a meter sossegadinha no seu lugar, coloquei a minha mala ao ombro e tranquei o carro, começando a caminhar na direcção da pastelaria.
Havia uma esplanada nessa pastelaria e era lá que o Mario estava. Assim que os nossos olhares se cruzaram rimo-nos os dois e quando cheguei mesmo perto dele, ele levantou-se. 
- Desculpa a demora - disse. 
- O importante é que já cá estão - o Mario colocou a sua mão no fundo das minhas coisas, dando-me dois beijinhos - buenos dias. 
- Buenos dias
- Ela é que é a Esperanza? - perguntou ele, metendo-se com a menina. Ela sorriu para ele...o que o fez brincar ainda mais com ela. 
- Gostou de ti...
- E eu também gostei muito dela, é uma menina muito simpática - ele falava com ela, brincando com a mãozinha - sentamo-nos? - perguntou-me. 
- Claro - coloquei o carrinho de maneira a estar de olho na Esperanza e sentei-me de frente para o Mario. 
- Que vais querer? 
- Pode ser um sumo de laranja natural e uma tosta mista, sem manteiga, se faz favor.
O Mario chamou o empregado de mesa, fez os nossos pedidos e pouco depois já os tínhamos connosco. 
- Dormiste bem? 
- Sim...e adormeci, desculpa mesmo.
- Não tem mal, loca. O que interessa é que estamos aqui os dois a tomar o pequeno almoço que combinámos. 
- É claro que vinha. Mas eu nem sei o que é que me deu para adormecer. 
- Sonhaste comigo é o que dá - disse ele, rindo-se. 
- Como é que sabes? - a verdade é que tinha mesmo sonhado com ele e só agora é que me tinha conseguido lembrar do que é que tinha sonhado. 
- Sonhaste comigo?
- Sonhei...e agora é que me consegui lembrar do sonho.
- E posso saber que sonho foi esse? 
- Não! É demasiado privado. 
- Privado? Se fomos para a cama no sonho já não é assim tão privado porque já aconteceu. 
- E tu a dar-lhe com a cama...nós não fomos para a cama. 
- Na prática.
- Lá estás tu... - rimo-nos os dois e dei mais uma trinca na tosta. 
- Mas vá...diz lá com o que é que sonhaste. 
- Queres assim tanto saber para que? Vais gozar comigo.
- Não me digas que sonhaste que estávamos a casar? - perguntou ele, rindo-se.
- Não, não...isso também não - ri-me também. 
- Então o que é que sonhaste que eu possa gozar.
- É muito mau, Mario.
- Tudo bem, se não quiseres não falas. 
- Eu sonhei que estava na cama contigo e com o Sergio...é só para veres o quão porcos são os meus pensamentos - ele começou a rir-se que nem sei que - que piada é que isto tem?
- Pensei que fosse pior. 
- E não é mau? 
- Não...mas não é mais que um sonho. Acho que isso nunca passará para realidade.
- Podes crer que não! 
- Então mas fala-me mais de ti...que é que tens feito?
- Comecei agora a estagiar no Marca. 
- A serio? Sim senhora, muitos parabéns! 
- Obrigada. Tu continuas no Atlético, verdade?
- Sim. 
- E de resto?
- Não há muito mais...
- Temos de começar a animar os nossos dias. 
- Lá isso temos! - terminámos de tomar o pequeno-almoço a falar de assuntos assim gerais: o que é que fazíamos nos tempos livres, que música é que ouvíamos...por aí. 
Tínhamos coisas em comum, mas há outras que somos completamente diferentes, o que é um máximo. Quando terminámos o pequeno-almoço, cada um pagou o seu porque eu insisti, fomos dar uma passeio pela Plaza já que estávamos mesmo no centro. 
- Que é que fazes mais logo? - perguntou ele e olhámos um para o outro. 
- Mais logo a que horas...?
- Por volta das oito...
- Devo estar a acabar de jantar ou a dar banho à Esperanza porque?
- Podíamos ir ver o Atlético os dois.
- Ver? Não jogas?
- Não...regressei à pouco tempo de férias e ainda não recuperei o ritmo e como é o primeiro jogo do campeonato o mister não me convocou...
- Não sei Mario...o mais provável é começarem logo a fazer filmes que tu e eu...
- Eu gostava muito de ter a tua companhia, mas compreendo a tua situação - ai! O que é que perderia em não ir com ele? Um noite com ele. E quero mesmo que seja mais do que uma ida ao estádio...mas...e a Esperanza? Deixá-la outra vez com eles é abusar...ainda por cima duas noites seguidas. 
- Eu poderia ir...mas não queria estar a deixar a Esperanza outra vez com eles...já ontem fomos sair e ela ficou com o Xabi. 
- Achas que eles se iam importar?
- Não sei...mas não queria abusar...se bem que eu só sai ontem em quinze dias. 
- Então! Tenta falar com a Miranda. 
- Vou fazer isso... - parei de andar para conseguir chegar ao telemóvel que estava no carrinho da Esperanza. Peguei nele e iniciei a chamada para a Miranda. Como sempre, ao fim de três bips lá atendeu: 
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela assim que atendeu. 
- Não. Está tudo bem. 
- Ah! Como pensei que ias estar ocupada a falar com o rapaz não esperava o teu telefonema. 
- Queria pedir-te uma coisa Miro...mas não quero estar a abusar...
- Queres que fique com a Esperanza. 
- Como é que sabes?
- Eu conheço-te bem, sabes isso. 
- Sim...conheces-me melhor que ninguém. 
- Sabes bem maninha. Mas sim eu fico com ela.
- É que...o Mario convidou-me para ir ver o jogo do atlético com ele. 
- Ver o jogo com ele?
- Sim...ele veio de férias e ainda não ganhou ritmo e o treinador não o convocou. 
- Tudo bem, eu fico com a pequena.
- Obrigada Miranda, a serio. 
- Na boa, mas amanhã à noite já sabes que não posso ficar com ela se quiseres ir sair. 
- Sim, sim, não te preocupes - amanhã a Miranda ia ao jogo do Real, que não era em Madrid - obrigada mesmo amor. 
- De nada. 
- Eu daqui a pouco já estou em casa. 
- Tá. Então até já. 
- Até já princesa. Te amo!
- Te amo también! - desliguei a chamada e, feito parvo, o Mario estava a olhar para mim. 
- Conseguiste? - perguntou ele, já sabendo a resposta.
- Sim. 
- Boa! Assim já não passo a noite sozinho. 
- Ou parte dela... - atirei. 
- Vamos ver isso...algo me diz que vamos ter os nossos momentos mais cedo do que pensávamos. 
- Não sejas convencido, sim?
- Estou só a expressar a minha vontade. 
- Então também vou expressar a minha: tenho de ir embora. 
- Já?
- Ela daqui a bocado precisa de comer e está a ficar calor para ela. Mais logo encontramo-nos não é? Por isso...
- Vou buscar-te a casa do Xabi às sete, pode ser?
- Sim! - respondi mais animada que o normal...mas estava animada com este programa...a dois, num estádio, mas a dois. Ambos nos rimos, mas depressa voltei à realidade. Aproximei-me dele, dando-lhe um beijo mesmo perto dos lábios, sem os tocar - até mais logo, fiero. 
- Até logo, loca.

Horas mais tarde: 
Já passavam dez minutos das sete! E eu odeio, mas odeio atrasos! Mas...por acaso até estava a saber esperar. Não sabia se era por querer mesmo estar com ele, até sabia esperar. 
Esperei mais uns minutinhos até que ele apareceu, saindo do carro meio disparado.
- Desculpa, não quero que penses que foi por te teres atrasado de manhã mas estava imenso trânsito - ele vinha meio...ansioso. Chegou perto de mim, colocou as suas mãos no meu pescoço com uma certa brusquidão e beijou-me, assim, do nada. De forma completamente louca e impulsiva. Se gostei? Como é que é possível não gostar, aquela boca...é qualquer coisa de me fazer estremecer. Simplesmente me deixei levar e as minhas mãos foram parar dentro da camisola dele nas costas.
Estávamos sem noção do que é que estávamos a fazer...é certo, mas este beijo foi qualquer coisa de muito bom. Parou...porque ele assim o quis. 
- Ficas avisado que isso é para repetir, sim? - avisei de que tinha gostado, era óbvio que tinha gostado. 
- Com certeza! - ele...com uma subtileza que eu desconhecia, levou as suas mãos para o meu rabo puxando-me mais ainda para ele - não faz mal se não dormires em casa?
- Creio que não...a não ser que faças de mim tua escrava...aí é que fica mais complicado. 
- Amanhã estarás de volta à residência fixa. 
- Vamos ver o jogo?
- Vamos! E já estamos atrasados - ele agarrou-me na mão, levando-me até ao carro. Abriu-me a porta, eu entrei fechando-a. Ele deu a volta e entrou para o lugar do condutor. 
Ele começou a conduzir...e eu não resisti. Tinha de o fazer: meti a minha mão na perna dele, mesmo junto da virilha. Ele ficou tenso e "explodiu" essa tensão no volante. Deu um murro no volante encostando a cabeça ao banco do carro mas riu-se e continuou a conduzir.
Pouco tempo depois já estávamos a chegar ao Vicente Calderón. Nunca ali tinha estado, mas até era um estádio bonito. Nada que se comparasse ao Barnabéu...mas pronto. 
Saímos do carro, o Mario meteu-me debaixo do braço dele, só para demonstrar que era bem mais alto que ele, sussurrando algo ao meu ouvido que nem eu mesma percebi.
Fomos até ao camarote do estádio reservado para nós...estávamos mesmo só nós. Sinceramente...não me tinha chamado à atenção o Atlético, mas é verdade que têm uma boa equipa, só não conseguem ficar em primeiro lugar pelas escorregadelas com o Real ou o Barça. 
- Era preciso um camarote só para nós?
- Se eles ofereceram, eu aceito, não?
- Sim. Olha lá, o que é que me disseste lá em baixo que não percebi?
- Que queria estar noutro sitio contigo. 
- Depois...
- Depois?
- Quando sairmos daqui.
- Mesmo?
- Achavas mesmo que à segunda noite contigo não ia haver nada?
- Não sei...sempre pensei que não quisesses por causa do Sergio. 
- Deixa...ele também deve andar a comer outra - ele olhou-me meio confuso, mas depressa se focou no jogo que agora começava.
Sinceramente...fiquei apenas a ver o jogo, conseguiam demonstrar que eram um grupo coeso, Quando o intervalo chegou, encostei-me ao banco, encostando-me também ao Mario. 
- Que é que estás a achar?
- Eles jogam bem, vê-se que as linhas defensivas são fortes e conseguem sair com a bola em profundidade. 
- Que linguagem menina Moreira. 
- É do hábito...parece que o botão de jornalista se liga. 
- Mas tens jeito.
- Mas quero sair daqui Mario...estar mesmo, mesmo só contigo - aproximei-me ainda mais dele, mas ele sabia que não nos íamos beijar aqui. 
- Só faltam 45 minutos. 
- Isso é quase uma hora. 
- Aguenta loca
- Lá terá de ser...
Os 45 minutos que se seguiram ora foi troca de palavras sobre o jogo, palavrões contra o árbitro ou a equipa contrária. Mas, finalmente, o jogo terminou. E o Mario estava já a estacionar o carro dele, dentro da propriedade de casa dele. 
- Bem vinda ao céu.
- Onde?
- Pois...se calhar tenho mesmo de me esforçar que andares com o Sergio Ramos pode não ser a mesma coisa que estares comigo. 
- Mario...não duvides do teu movimento de anca - saímos os dois do carro entrando em casa. 
- Queres alguma coisa para beber?
- Eu quero estar bem sóbria e recordar-me desta nossa noite depois da nossa primeira. 
- Uma bebida não te deixa bêbeda. 
- Tudo bem...o que tu beberes eu bebo. 
- Nada?
- Exacto - sabia perfeitamente que ele não beberia nada com álcool. Aproximei-me dele colocando as minhas mãos na anca dele - a partir de agora não penses no que é que fiz com o Sergio. Este corpo ele não tocou e hoje é todo teu. 
- Só hoje? - ele passou com o dedo indicador pelo meu braço, chegando com a sua mão ao meu pescoço...o meu ponto fraco, faz-me ficar toda arrepiada.
- E amanhã...e se ainda quiseres podemos tentar depois de amanhã.
- Algum sitio para onde queiras ir? Casa de banho é o nosso forte...
- Uma cama é bem melhor, Mario. 
- E até chegarmos à cama... - ele começou a beijar-me todo o pescoço, pegando-me ao colo. Ele começou a andar, levando-me não sei para onde, mas fui mordiscando-lhe as orelhas e o pescoço.
Chegámos ao andar de cima e o Mario encostou-me à parede para abrir a porta. 
- Estás com força nos braços Mario...
- É do ginásio.
Ele desencostou-me da parede, levando-me para dentro do quarto. Pousou-me no chão e afastou-me o cabelo do pescoço. Baixou-se na direcção do mesmo, voltando a beijá-lo. Levou as mãos dele para dentro do meu top e eu as minhas para dentro da camisa dele. Os lábios dele colaram-se aos meus e aquela intensidade fez com que a temperatura do meu corpo começasse a subir gradualmente. As mãos do Mario começaram a subir por dentro da camisola, chegando ao ponto de a tirar. O meu top simplesmente foi parar ao meio do chão assim como a camisa dele no minuto a seguir. 
Ele ficou uns segundos a olhar para o meu corpo e eu para o dele, mas depressa nos focámos no que realmente queríamos fazer. O Mario colocou as suas mãos na minha anca começando a andar na direcção da cama, deitando-me nela quando a alcançámos. 
Ele, antes de se deitar em cima de mim, beijou-me toda a barriga até chegar, de novo, aos meus lábios. Quando ele estava sobre mim, foi como se, automaticamente, as minhas mãos passearam pelo tronco dele todo. As nossas mãos passeavam pelo corpo todo um do outro. 
Antes de trocarmos de posições, o Mario tirou-me as calças e eu acabei por lhe fazer o mesmo. O corpo transpirava sensualidade, chamou o meu lado mais...antigo, aquele que eu tinha saudades. E fi-lo sofrer. Percorri o tronco dele todo com a língua, chegando à linha do boxer...ele estava tenso, mas estava paciente em relação ao que eu lhe ia fazendo...se bem que se decidiu vingar. 
Trocámos de posições, de novo, e ele torturou-me. Tirou-me o soutien e aquilo que ele quis fazer comigo fez. Mordiscou-me, beijou-me, deixou pequenas marcas dos seus chupões de certeza, mas estava a deixar-me completamente desesperada. 
- Estes dois anos fizeram-te bem... - mesmo com a respiração meio alterada, lá consegui dizer alguma coisa. 
Voltámos a trocar de posição, meti-me de cima dele e brinquei com o abono de família dele. Fiz dele o que quis e o que o Mario me deixou fazer...tudo. 
Os momentos seguintes foram loucos. Acho que se estivesse bêbeda me ia lembrar deles bem a serio. O Mario levou-me a atingir o prazer máximo ao mesmo tempo que ele, mesmo que eu estivesse pronta para o atingir antes, mas ele soube atrasar-me no momento certo e soube tão bem, mas mesmo mesmo bem. 
Aquele momento será, sem dúvida, lembrado para sempre. Não dava para comparar esta noite a outras noites que tinha tido. Nem com as do Sergio...o Sergio lá à maneira dele sabe dar-me prazer, mas o Mario não lhe fica nada atrás. 
Estava deitada sobre o tronco dele, ainda com as respirações meio descontroladas. Ele fazia-me pequenos círculos nas costas e eu passeava com a minha mão na barriga dele. 
- Que venha a ronda de amanha - foi o que me saiu. 
- Vou tentar surpreender-te ao acordar - olhei para ele, que me puxou mais para cima, de modo a ficarmos com as caras uma junta da outra.
- Tu já surpreendeste de qualquer maneira. 
- Isso é bastante positivo. 
- Soubeste fazer tudo na perfeição. E sou capaz de me habituar bem a isto - ele nada disse, apenas me beijou. 
A verdade é que me sentia completamente nas nuvens. O Mario soube satisfazer-me como poucos o sabem fazer. Aninhei-me a ele, o corpo dele parecia adaptar-se ao meu sem qualquer problema, e acabei por adormecer.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

35 - "Uma saída muito tua...nada que me choque."

Passamos horas a fazer o que era suposto: dançar, beber controladamente, rir, gargalhar e ver rapazes giros...se bem que o Mario foi a nossa companhia durante a noite na discoteca. 
Estávamos a voltar para casa, ele tinha-nos dado boleia, já era tarde e apanhar transportes a esta hora. 
Chegámos inteirinhas à porta de casa. O Mario fez questão de sair do carro...para nos abrir as portas do carro.
- Foi um gosto conhecer-te Mario, eu vou entrando que estes saltos estão a matar-me - a Miranda despediu-se do Mario com dois beijinhos e entrou em casa. 
- Não estava nada à espera de te encontrar hoje - disse ele, quando já estávamos sozinhos. 
- E eu muito menos...se tivesse sido à porta da casa de banho ainda repetíamos a dose de à dois anos.
- Então mas...é mesmo verdade que tu e o Sergio não estão juntos?
- É...depois do meu segundo aborto decidimos dar um tempo. Era o melhor a fazer. 
- Bem...sempre pensei que fosse mentira das revistas. 
- Não. Se me seguisses no twitter saberias que é verdade!
- Tenho de fazer isso então. 
- Gostei mesmo de te ver, Mario...e de recordar a nossa cena.
- Sabes...eu também.
- Como é que não nos tínhamos cruzado antes? É só a pergunta que faço. 
- Também não faço ideia, mas agora que nos reencontramos, podemos combinar qualquer coisa de vez em quando. 
- Sim...mas não queiras a parte dois da nossa cena.
- Eu não estava a pensar nisso. 
- E eu também não.
- Então porque é que falaste?
- Saiu-me.
- Como te saem todas - rimo-nos os dois e ele ficou a olhar para mim com um sorriso fofo...Ana? Que raio estás a pensar?
- Que se passa...? Tenho alguma coisa na cara?
- Não...estava apenas a pensar numa coisa parva, mas já passou. Posso dar-te o meu número?
- Para que haveria eu de querer o teu número?
- Agora...estás a falar a sério, ou só naquela de me dares para trás?
- Estou só mesmo a picar-te.
- Então posso dar-te o meu número?
- Claro. Temos de combinar saídas ou assim...
- Até às casas de banho das discotecas?
- Na...podemos arranjar sítios mais cómodos - retirei o telemóvel da mala, entregando-lho - guarda na lista telefónica - esperei que ele o fizesse, para reaver o meu telemóvel - bom, vou entrando também...depois eu digo algo, sim?
- Ficarei à espera. 
- Foi muito bom voltar a ver-te. 
- Podes crer que sim - ele aproximou-se de mim, colocando a sua mão...na minha cintura, tocando com a pele da mão dele na pele do meu braço.
- Vê lá para onde é que essa tua mão vai.
- Já andou por tanto sitio desse corpo. 
- Deste ainda não...está novinho em folha, pronto a estrear. Ok, agora exagerei...
- Uma saída muito tua...nada que me choque. 
- Queres dizer que não te choco com...nada? 
- Até agora não...mas mais tarde, quem sabe?
- Eu é que não sou de certeza...mas Mario, tenho mesmo de ir. A bebé não pode ficar no quarto do Xabi e da Miranda. 
- Bebé? 
- Depois eu explico. Eu digo qualquer coisa, não te preocupes - dei-lhe um beijinho na bochecha e entrei em casa. 
Fiquei um tempinho encostada à porta...consigo envolver-me com alguém que não o Sergio? Ele...já me disse que foi para a cama com uma...mas que não se sentiu como se sentia comigo. Que queria mais e que ela não lho dava...e eu? Poderia passar bons momentos com o Mario...mas o Mario joga no Atlético e estar com jogadores é o que eu não preciso neste momento. 
Perdida em pensamentos, mas tive de despertar para a realidade. Ouvi o choro da Esperanza vindo do andar de cima. Retirei os sapatos e dirigi-me até ao corredor dos quartos daquela casa. Vi a Miranda à porta do quarto deles. 
- Ela acordou agora - informou-me.
- Eu dou-lhe o leite, vocês descansem. 
- Vem, o Xabi está com ela ao colo - fui na direcção do quarto deles, ficando à porta. O Xabi, que estava sentado na cama, levantou-se e trouxe-a até mim. 
- Obrigada Xabi...e desculpa se ela te maçou muito. 
- Só acordou agora, foi uma bebé bem comportada - ele passou a bebé para os meus braços. 
- Vá, agora durmam. Boa noite meninos. 
- Boa noite princesas - disse a Miranda entrando no quarto. 
- Ana? - chamou-me o Xabi, encostando a porta - o Sergio passou por cá. 
- Passou?
- Sim...queria ver-vos. E disse...que precisava de falar contigo.
- Obrigada Xabi. Depois falo com ele. 
- Boa noite - como era hábito o Xabi deu-me um beijo na testa. Era como um irmão para mim, sempre a apoiar-me e a dar-me animo. 
- Boa noite, Xabi - ele entrou no quarto, fechando a porta. Eu voltei ao andar debaixo com a Esperanza ao colo para lhe fazer o biberão.
Voltei com a Esperanza até ao nosso quarto e dei-lhe o biberão:
- Achas que o tio Sergio estará acordado a esta hora? - intitulavamo-nos de tios da Esperanza. Era o que a Pilar tinha sugerido. Éramos tios emprestados. Eu falo imenso com a Esperanza, coisas que ninguém me consegue dar uma resposta por mais que tente - são duas da manhã...mas ele podia estar acordado... - ela fez um barulhinho como que me tentando dizer algo - tento ligar ao tio? - ela voltou a fazer o seu barulhinho e eu peguei no telemóvel. Iniciei a chamada colocando em alta voz, para dar o biberão à Esperanza.
- Buenas noches... - ouvi do outro lado.
- Buenas noches. Estavas a dormir? 
- Não...estava a ver um filme
- Vieste cá a casa...eu e a Miranda fomos sair. 
- Sim, o Xabi disse-me. Divertiste-te? 
- Sim, muito. Dançámos muito e ainda encontrei por lá um conhecido. 
- A serio?
- Sim. Conhece-lo, de certeza. É o Mario Suárez. Do Atlético. 
- Ai sim?
- Sim...há dois anos quando foi a apresentação do Falcão tivemos uma curte de uma noite e hoje encontrei-o por mero acaso.
- Muito me contas.
- Sergio...sabes bem que antes de ti já tinham havido muitos. Não foi à toa que deixei tudo para um fim de semana de sexo contigo. 
- E que fim de semana...
- Temos de o repetir. 
- Temos?
- Sim, daqui a uns tempos posso aparecer por tua casa e voltar para a tua cama durante um fim de semana. 
- E o teu coração aguenta?
- Talvez sim...tem aguentado o exercício no ginásio.
- Mas sabes que eu sou outra máquina - e que máquina Serginho...
- Sei. Mas...Sergio, eu acho que ainda vou encontrar-me mais vezes com o Mario. 
- Fazes bem. Mas quando tiveres saudades podes sempre vir para a nossa cama. 
- Algo me diz que estarmos separados nos está a deixar doidos da cabeça.
- Ainda te vou ver a estar com o Mario e no meio dos meus lençóis. 
- Sergio...a Esperanza está a ouvir e talvez não sejam os melhores conselhos.
- Desculpa...realmente estou a ficar maluco. Olha, conheci hoje uma rapariga também. 
- A serio?
- Sim. É estilista de sapatos femininos.
- Sergio! - desatei a rir. 
- Que foi?
- Tu e o teu fetiche por sapatos de mulher.
- Calhou, por acaso não me tinha lembrado. Tenho de lhe comprar uns para ti.
- Sergio...prometemos que íamos com calma. Dá-me mais um tempo. Quero aproveitar agora o Mario um bocado, quero divertir-me e não ser julgada por isso.
- E se te apaixonares por ele?
- Achas? Eu só te amo a ti, meu amor. 
- Então porque é que não vens para ao pé de mim?
- Porque não sei lidar contigo sem ser pelo telefone.
- Eu sei...Ana, ligas-me amanha?
- Sim, vais dormir?
- Vou. Amanha tenho treino cedo
- Tudo bem. Até amanhã Sergio. 
- Buenas noches, Ana - desliguei a chamada e a Esperanza já tinha terminado o seu biberão. Fiz com que ela arrota-se e adormecia. Depois de me despir e vestir o pijama, deitei-me indo até ao twitter. 
Muitas cusquisses sobre a gravidez da Sara Carbonero, sim porque nuestro Iker va a ser papa! Mas reparei que tinha um novo seguidor: o Mario. Segui-o de volta, antes de sair do twitter.
Fui até à lista telefónica até que encontrei o número do Mario. E iniciei a chamada. Apenas dois bips se fizeram ouvir para que ele atendesse a chamada:
- Buenas?
- Mario...é a Ana. 
- Hola mi loca!
- Sí yo soy tu loca, puedes ser mi fiero. 
- Me encanta!
- Que fazes amanha de manha?
- Nada...só tenho treino de tarde porque?
- Podíamos tomar o pequeno almoço juntos...ou então almoçar.
- O pequeno almoço agrada-me. 
- Levo a pequena para a conheceres. 
- A Esperanza?
- Já andaste a vasculhar o meu twitter...
- Confesso que sim. E já percebi quem ela é. 
- Então amanha conheces a minha pequena.
- Com todo o gosto. 
- Estou sem sono...
- Queres a minha companhia?
- Aqui na casa do Xabi é complicado entrarem homens a meio da noite. 
- Achas mesmo que eu ia voltar atrás?
- Não querias experimentar o meu corpo outra vez?
- Teremos tempo para isso, loca. Temos de falar...não é só cama, cama, cama.
- Até parece que alguma vez fomos para a cama...
- Tinha saudades de conversas assim. 
- Olha...e eu! 
- Que é que estás a fazer?
- Estou deitada, deitei-me agora. Estive a dar leite à bebé e a falar com o Sergio. E tu?
- Cheguei agora a casa, também me vou deitar. Vocês continuam a falar um com o outro?
- Sim...vamos mantendo contacto por causa da bebé e de sabermos se já avançamos alguma coisa com alguém.
- Isso é confuso.
- Um bocadinho...às vezes não me sinto bem com isto, mas é o melhor. Antes que saiba por mim do que por outras pessoas. 
- Sim, realmente. Porque é que vocês se afastaram tanto?
- Acho que a morte do nosso filho acabou por nos mudar. E fez com que deixassemos de saber como estar um com o outro. 
- Mas este afastamento pode fazer-vos esquecer um do outro...
- Sim, pode acontecer, mas eu quero viver mais a minha vida, ser o que eu era antes de conhecer o Sergio...ou esqueces-te que comigo era: curta, gostosa e...
- Que nem o nome sabes. Mas agora já sabes.
- Já sei o que?
- O meu nome.
- E o que é que isso tem a ver?
- Não me digas que não podemos ter uns bons momentos... 
- E se tu queres mais que isso?
- Não é que não me importasse...davas uma bela Miss Suárez - rimos os dois - mas eu sei que o amas a ele.
- E...mesmo assim..queres bons momentos comigo?
- Experimentar não custa...até porque dois anos dá para evoluir em todos os aspectos.
- As nossas conversas são tão interessantes.
- Concordo. 
- Mas olha, continuamos amanhã, sim? Vou dormir.
- Vai sim. Amanhã encontramo-nos onde?
- Que tal numa pastelaria que há na Plaza de Colón? Fica muito longe de onde moras?
- Não, meto-me lá em quinze minutos. 
- Então está combinado?
- Sim! A que horas, loca?
- Lá para as 10. Eu não me atraso. 
- Perfeito. 
- Buenas noches, mi fiero. 
- Buenas noches, mi loca.
Desliguei a chamada e deixei o telemóvel em cima da mesa de cabeceira. 
Aninhei-me na cama e tentei adormecer. Pouco me importa que as pessoas pensem que sou uma vadia ou uma vai com todos mas, neste momento, sinto-me bem a falar com o Mario e a companhia dele é fantástica. É ver o que é que este pequeno-almoço vai dar.