sexta-feira, 11 de outubro de 2013

39 - "(...) eu amo-te como nunca amarei ninguém."

- Não devias estar a chegar ao hotel? - tinha falado com ele à hora de almoço e ele disse-me que estava a chegar ao hotel...mas estava aqui. A beijar-me as costas como se entre nós estivesse tudo bem. 
- Estando tu a estagiar no Marca não sabes que estou lesionado...isso não pode ser. 
- Estás lesionado? - virei-me para ele, que olhou para a Esperanza. 
- No músculo da coxa direita. Ela está tão linda - o Sergio deu um beijo na testa da Esperanza e olhou para mim. 
Aqueles olhos, aquele sorriso, aquele encanto que ele provoca em mim todas as vezes que o vejo...o Sergio estava à minha frente e eu só pensei em como era feliz ao lado dele. 
- E...o que é que estás aqui a fazer? Como é que entraste? 
- Tenho a chave suplente, o Xabi deu-ma à tempos para quando ele está fora eu vir ver se está tudo bem e eu decidi que estava na hora de tomar uma atitude. 
- Atitude?
- Sim Ana...isto já está a ficar insuportável. Quero-te do meu lado todos os dias, precisamos de esclarecer as coisas entre nós...eu amo-te como nunca amarei ninguém. 
- Sergio...
- Eu não preciso que me digas nada. Eu sei que o Mario está cá em casa e não quero saber onde...mas quero pedir-te uma coisa. 
- O que? 
- Venham as duas ver o jogo lá a casa. 
- Eu não sei se ia ver o jogo...
- Fogo Ana, vá lá! Vem lá! Por nós. 
- É melhor ires embora Sergio, eu depois digo qualquer coisa daqui a bocado pode ser? 
- Prometes que dizes?
- Prometo. 
- Então eu fico à espera - ele deu um beijo na bochecha da Esperanza e um na minha testa, saindo de casa. 
Este momento foi, no mínimo, surreal. Não esperava, nunca na vida, que ele viesse aqui a casa ter comigo simplesmente para me pedir para estar com ele. Quero aceitar, quero estar com ele...mas preciso de ser honesta com o Mario...o que não é fácil. 
Enquanto dava o biberão à Esperanza subi até ao quarto, onde estava o Mario. 
- Mario...
- Passa-se alguma coisa? 
- Eu não quero que fiques magoado comigo...
- Foi o Sergio?
- Como é que sabes?
- Só pode ser...mas o que é que aconteceu?
- Eu estou confusa...preciso de esclarecer o que se passa na minha cabeça. E...ter-te aqui e com conversas do Sergio pelo meio é estranho e só me faz dar um nó na cabeça. 
- Eu compreendo-te...queres que eu te deixe sozinha.
- Sozinha não fico...tenho a menina e o Sergio quer estar comigo...acho que só assim vou perceber o que realmente se passa.
- Vais estar com ele? 
- Acho que sim...ainda não sei - o Mario aproximou-se de mim, agarrando-me pela cintura mesmo tendo a menina no meu colo. 
- Como teu amigo e sabendo eu o que sei sobre vocês, acho que devias ir ter com ele. Depois logo perceberás o que sentem um pelo outro a sério. 
- Mario...eu não quero que penses que eu...
- Ana, eu sabia da tua situação desde o inicio. Acima de tudo sou teu amigo, já me estava a habituar a ter-te para mim, mas se é com ele que queres estar eu só espero contar com a tua amizade sempre. 
- Isso podes contar sempre! Tens sido um apoio tão bom que não me passa pela cabeça perder-te.
- Então vai lá ter com ele hoje e vejam no que é que isso dá. Seja o que seja estou aqui para ti. 
- Obrigada, a sério Mario. 
- De nada mi loca - ele deu-me um beijo na testa, abraçando-me por pouco tempo, já que a Esperanza estava entre nós. 
Passamos o resto da tarde juntos...não era por ir ter com o Sergio que não ia estar com o Mario, sendo ele tão meu amigo devia-lhe isso. Perto da hora do jogo mandei uma mensagem ao Sergio avisando-o de que iria ter com ele para ver o jogo recebendo apenas um "Obrigado" como resposta.
Quando estava a começar a preparar-me para sair de casa, o Mario começou as despedidas:
- Eu vou indo, mas se depois precisares de alguma coisa sabes que me podes ligar.
- Sim, obrigada. 
- De nada, mi loca - ele aproximou-se de mim, abraçando-me. Os abraços dele eram reconfortantes, davam-me segurança e uma espécie de sentimento de carinho de irmão...mas ao mesmo tempo de namorado. 
Deitou-se na cama, onde estava a Esperanza deitada, e também se despediu dela. Foi um momento lindo, ternurento, que me deixou completamente babada. Aproveitei para lhes tirar uma foto e partilhar pelo twitter: 

Conhecem-se à tão pouco tempo, mas amam-se!
Peguei na menina, indo até ao hall de entrada da casa para acompanhar o Mario a sair de casa. Voltámos a abraçar-nos e, quando ele saiu, voltei ao meu quarto...para escolher o que vestir. Era nesta altura que precisava que a Esperanza falasse...assim aconselhava-me sobre o que vestir neste momento. 
Depois de muita volta pelo que tinha à disposição para vestir, lá consegui conjugar algo. Apesar de estar calor lá fora, optei por levar um casaco...tinha de me agasalhar, nem que a zona dos pulmões. 


Quando estava despachada arrumei as coisinhas da Esperanza no saco dela e fiz caminho até casa do Sergio...aquela casa que tanta coisa já vivi lá dentro. 
Ainda tinha as chaves todas...por isso abri logo o portão sem ter de pedir ao Sergio que o fizesse, assim só saberia que eu estava a chegar caso visse o carro ou só quando eu tocasse à campainha. Depois de estacionar o meu carro junto de um dos dele, sai do mesmo retirando a Esperanza da cadeirinha dela e colocando o saco dela ao ombro. 
Fechei o carro e fui em direcção da porta, tocando à campainha. Cerca de dois minutos depois, o Sergio abriu a porta. 
- Como é bom ver-te aqui...
- Por nós...teria de vir. 
- Entra - ele deu-me passagem e eu entrei - deixa-me ajudar - ele retirou o saco da Esperanza do meu ombro, indo colocá-lo no sofá. 
- Obrigada.
- Ora essa. 
- Sergio...eu não quis estar a vir carregada, mas como tens cá uma alcofa... - era a que seria para o Santiago. 
- Ah...sim. Sim, sim, fizeste bem, eu vou lá acima buscar. 
- Obrigada.
- Tens de deixar de usar essa palavra hoje, já a disseste muita vez. 
- Oh... - ele subiu as escadas e passado um bocado estava de volta com a alcofa. Colocou-a no sofá e eu deitei a Esperanza nela. 
- A que horas é que ela tem de comer? 
- Por volta das oito...
- Tá. Senta-te.
Sentamo-nos os dois no sofá...ficando a olhar um para o outro. 
- Sergio...devíamos começar a falar sobre o que aconteceu. 
- Posso falar? 
- Claro. 
- Eu fiquei sem saber o que pensar, o que fazer ou o que dizer depois da morte do Santiago... - não falava neste assunto desde a semana em que o bebé tinha morrido - e descarreguei um bocado em ti. Tu precisavas mais de mim do que nunca e eu simplesmente deixei-te. Não é desculpa, mas eu queria que soubesses que sinto muito o que aconteceu.
- Sergio, eu fiquei assim também. Tanto no primeiro como no segundo...mas eu, talvez, tenha reagido de uma forma aos abortos que tu não estavas à espera. Mas foi a minha maneira de ultrapassar as coisas. 
- E eu sei que sofreste também, mas sei disso hoje porque na altura não pensei que sofresses mesmo. 
- Qual não é a mãe que sofre por ver o bebé que carregava em si morrer?
- Tens razão...quero pedir-te desculpa. Mas desculpa mesmo. 
- Não tens de pedir desculpa Sergio...temos ambos de viver o agora e o agora é que conta. E agora estamos aqui os três, vamos ver o jogo do Real e aproveitar para...estar juntos. Como duas pessoas que se conhecem e que têm uma história. 
- Parece-me maravilhoso - ficámos os dois a olhar um para o outro e foi impossível não me agarrar a ele. 
Aquela saudade de estar nos braços dele era muita que, por mais que ele me abraçasse, eu queria ser ainda mais abraçada. 

Foi um serão bem passado. Partilhamos fotografias no twitter e logo aí as pessoas perceberam que estávamos juntos. Primeiro foi o Sergio e depois eu, quando a Esperanza decidiu adormecer antes do inicio do jogo. 
Duas princesa cá em casa para ver o jogo do Real. Hala Madrid!

A princesa mais pequena não aguentou para ver o jogo do tio Xabi...
Vimos o jogo só os dois, mas isso fez com que nos aproximasse-mos...fez com que houvesse aquelas festinhas do Sergio, aqueles beijinhos no meu pescoço, fez com que ele brincasse com as minhas mãos, que contornasse o símbolo do duplo infinito tatuado no meu pulso. Fez-me sentir...em casa. 

5 comentários:

  1. Olá!
    Ai Ai que capítulo fofinho!!
    Indo por partes O Sérgio volllttoouu!! E agora ficou confusa: já não sei qual dos dois gosto mais xD
    Eu já calculava que tinha sido ele a beijar as costas da Ana mas foi engraçado ele aparecer e o Mario nem dar conta!
    E depois ele compreendeu tão bem a Ana querer ir para ao pé do Sergio...também não tinha outro remédio. Mas vê-se bem que acima de tudo são bons amigos!
    E depois vem a parte com o Sérgio! Amei! Este têm uma história e uma grande cumplicidade que não se apaga e aqueles momentos da conversa, das fotos e depois dos momentos enquanto viam o jogo foram lindos!
    E agora olha não sei mesmo qual gosto mais xD Podem ficar os dois? :D Tava a brincar!
    Quero o próximo para saber como vai ser depois desde momento com o Sérgio como será a continuação da história!
    Próxxiiimmmmoo!!

    Besos,
    Sofia

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  2. Olá :)
    Bem, bem vindo Sergito, nós até já tinhamos umas certas saudaditas do miudo não é verdade?
    Agora há o tio Mario :) o amigo/irmão da nossa Ana :)
    E agora o Sergito e a Ana vao dar-se boe bem :) e vão continuar a historia linda deles :)
    Quero o próximo muito muito :)
    Beijinhos, Ritaa*

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  3. Olá...gostei muito :)
    Finalmente estes dois resolvem conversar a bem...estava a ver que não :P
    Espero que eles se juntem outra vez porque ficam muito bem juntos :)
    Próximo sff :*

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  4. Olá!
    Eu tardei mas cheguei! Ja e habitual nao?
    Isto eu gosto muito mais. Aquele Mario nem e tao mau como eu pensava... pensava que ia trazer mais problemas mas até foi...estranhamente compreensivo!
    Agora é tempo de o Sergito voltar a carga! Quero ver mais desses dois!!

    Beso
    Ana Santos

    P.S. Dois ponto e virgulo, desses TRES, porque a Esperanza é uma fofa *-*

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  5. Fantástico...

    Quero mais...

    Tou super curiosa para ver o próximo... Continua...

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