quinta-feira, 5 de setembro de 2013

35 - "Uma saída muito tua...nada que me choque."

Passamos horas a fazer o que era suposto: dançar, beber controladamente, rir, gargalhar e ver rapazes giros...se bem que o Mario foi a nossa companhia durante a noite na discoteca. 
Estávamos a voltar para casa, ele tinha-nos dado boleia, já era tarde e apanhar transportes a esta hora. 
Chegámos inteirinhas à porta de casa. O Mario fez questão de sair do carro...para nos abrir as portas do carro.
- Foi um gosto conhecer-te Mario, eu vou entrando que estes saltos estão a matar-me - a Miranda despediu-se do Mario com dois beijinhos e entrou em casa. 
- Não estava nada à espera de te encontrar hoje - disse ele, quando já estávamos sozinhos. 
- E eu muito menos...se tivesse sido à porta da casa de banho ainda repetíamos a dose de à dois anos.
- Então mas...é mesmo verdade que tu e o Sergio não estão juntos?
- É...depois do meu segundo aborto decidimos dar um tempo. Era o melhor a fazer. 
- Bem...sempre pensei que fosse mentira das revistas. 
- Não. Se me seguisses no twitter saberias que é verdade!
- Tenho de fazer isso então. 
- Gostei mesmo de te ver, Mario...e de recordar a nossa cena.
- Sabes...eu também.
- Como é que não nos tínhamos cruzado antes? É só a pergunta que faço. 
- Também não faço ideia, mas agora que nos reencontramos, podemos combinar qualquer coisa de vez em quando. 
- Sim...mas não queiras a parte dois da nossa cena.
- Eu não estava a pensar nisso. 
- E eu também não.
- Então porque é que falaste?
- Saiu-me.
- Como te saem todas - rimo-nos os dois e ele ficou a olhar para mim com um sorriso fofo...Ana? Que raio estás a pensar?
- Que se passa...? Tenho alguma coisa na cara?
- Não...estava apenas a pensar numa coisa parva, mas já passou. Posso dar-te o meu número?
- Para que haveria eu de querer o teu número?
- Agora...estás a falar a sério, ou só naquela de me dares para trás?
- Estou só mesmo a picar-te.
- Então posso dar-te o meu número?
- Claro. Temos de combinar saídas ou assim...
- Até às casas de banho das discotecas?
- Na...podemos arranjar sítios mais cómodos - retirei o telemóvel da mala, entregando-lho - guarda na lista telefónica - esperei que ele o fizesse, para reaver o meu telemóvel - bom, vou entrando também...depois eu digo algo, sim?
- Ficarei à espera. 
- Foi muito bom voltar a ver-te. 
- Podes crer que sim - ele aproximou-se de mim, colocando a sua mão...na minha cintura, tocando com a pele da mão dele na pele do meu braço.
- Vê lá para onde é que essa tua mão vai.
- Já andou por tanto sitio desse corpo. 
- Deste ainda não...está novinho em folha, pronto a estrear. Ok, agora exagerei...
- Uma saída muito tua...nada que me choque. 
- Queres dizer que não te choco com...nada? 
- Até agora não...mas mais tarde, quem sabe?
- Eu é que não sou de certeza...mas Mario, tenho mesmo de ir. A bebé não pode ficar no quarto do Xabi e da Miranda. 
- Bebé? 
- Depois eu explico. Eu digo qualquer coisa, não te preocupes - dei-lhe um beijinho na bochecha e entrei em casa. 
Fiquei um tempinho encostada à porta...consigo envolver-me com alguém que não o Sergio? Ele...já me disse que foi para a cama com uma...mas que não se sentiu como se sentia comigo. Que queria mais e que ela não lho dava...e eu? Poderia passar bons momentos com o Mario...mas o Mario joga no Atlético e estar com jogadores é o que eu não preciso neste momento. 
Perdida em pensamentos, mas tive de despertar para a realidade. Ouvi o choro da Esperanza vindo do andar de cima. Retirei os sapatos e dirigi-me até ao corredor dos quartos daquela casa. Vi a Miranda à porta do quarto deles. 
- Ela acordou agora - informou-me.
- Eu dou-lhe o leite, vocês descansem. 
- Vem, o Xabi está com ela ao colo - fui na direcção do quarto deles, ficando à porta. O Xabi, que estava sentado na cama, levantou-se e trouxe-a até mim. 
- Obrigada Xabi...e desculpa se ela te maçou muito. 
- Só acordou agora, foi uma bebé bem comportada - ele passou a bebé para os meus braços. 
- Vá, agora durmam. Boa noite meninos. 
- Boa noite princesas - disse a Miranda entrando no quarto. 
- Ana? - chamou-me o Xabi, encostando a porta - o Sergio passou por cá. 
- Passou?
- Sim...queria ver-vos. E disse...que precisava de falar contigo.
- Obrigada Xabi. Depois falo com ele. 
- Boa noite - como era hábito o Xabi deu-me um beijo na testa. Era como um irmão para mim, sempre a apoiar-me e a dar-me animo. 
- Boa noite, Xabi - ele entrou no quarto, fechando a porta. Eu voltei ao andar debaixo com a Esperanza ao colo para lhe fazer o biberão.
Voltei com a Esperanza até ao nosso quarto e dei-lhe o biberão:
- Achas que o tio Sergio estará acordado a esta hora? - intitulavamo-nos de tios da Esperanza. Era o que a Pilar tinha sugerido. Éramos tios emprestados. Eu falo imenso com a Esperanza, coisas que ninguém me consegue dar uma resposta por mais que tente - são duas da manhã...mas ele podia estar acordado... - ela fez um barulhinho como que me tentando dizer algo - tento ligar ao tio? - ela voltou a fazer o seu barulhinho e eu peguei no telemóvel. Iniciei a chamada colocando em alta voz, para dar o biberão à Esperanza.
- Buenas noches... - ouvi do outro lado.
- Buenas noches. Estavas a dormir? 
- Não...estava a ver um filme
- Vieste cá a casa...eu e a Miranda fomos sair. 
- Sim, o Xabi disse-me. Divertiste-te? 
- Sim, muito. Dançámos muito e ainda encontrei por lá um conhecido. 
- A serio?
- Sim. Conhece-lo, de certeza. É o Mario Suárez. Do Atlético. 
- Ai sim?
- Sim...há dois anos quando foi a apresentação do Falcão tivemos uma curte de uma noite e hoje encontrei-o por mero acaso.
- Muito me contas.
- Sergio...sabes bem que antes de ti já tinham havido muitos. Não foi à toa que deixei tudo para um fim de semana de sexo contigo. 
- E que fim de semana...
- Temos de o repetir. 
- Temos?
- Sim, daqui a uns tempos posso aparecer por tua casa e voltar para a tua cama durante um fim de semana. 
- E o teu coração aguenta?
- Talvez sim...tem aguentado o exercício no ginásio.
- Mas sabes que eu sou outra máquina - e que máquina Serginho...
- Sei. Mas...Sergio, eu acho que ainda vou encontrar-me mais vezes com o Mario. 
- Fazes bem. Mas quando tiveres saudades podes sempre vir para a nossa cama. 
- Algo me diz que estarmos separados nos está a deixar doidos da cabeça.
- Ainda te vou ver a estar com o Mario e no meio dos meus lençóis. 
- Sergio...a Esperanza está a ouvir e talvez não sejam os melhores conselhos.
- Desculpa...realmente estou a ficar maluco. Olha, conheci hoje uma rapariga também. 
- A serio?
- Sim. É estilista de sapatos femininos.
- Sergio! - desatei a rir. 
- Que foi?
- Tu e o teu fetiche por sapatos de mulher.
- Calhou, por acaso não me tinha lembrado. Tenho de lhe comprar uns para ti.
- Sergio...prometemos que íamos com calma. Dá-me mais um tempo. Quero aproveitar agora o Mario um bocado, quero divertir-me e não ser julgada por isso.
- E se te apaixonares por ele?
- Achas? Eu só te amo a ti, meu amor. 
- Então porque é que não vens para ao pé de mim?
- Porque não sei lidar contigo sem ser pelo telefone.
- Eu sei...Ana, ligas-me amanha?
- Sim, vais dormir?
- Vou. Amanha tenho treino cedo
- Tudo bem. Até amanhã Sergio. 
- Buenas noches, Ana - desliguei a chamada e a Esperanza já tinha terminado o seu biberão. Fiz com que ela arrota-se e adormecia. Depois de me despir e vestir o pijama, deitei-me indo até ao twitter. 
Muitas cusquisses sobre a gravidez da Sara Carbonero, sim porque nuestro Iker va a ser papa! Mas reparei que tinha um novo seguidor: o Mario. Segui-o de volta, antes de sair do twitter.
Fui até à lista telefónica até que encontrei o número do Mario. E iniciei a chamada. Apenas dois bips se fizeram ouvir para que ele atendesse a chamada:
- Buenas?
- Mario...é a Ana. 
- Hola mi loca!
- Sí yo soy tu loca, puedes ser mi fiero. 
- Me encanta!
- Que fazes amanha de manha?
- Nada...só tenho treino de tarde porque?
- Podíamos tomar o pequeno almoço juntos...ou então almoçar.
- O pequeno almoço agrada-me. 
- Levo a pequena para a conheceres. 
- A Esperanza?
- Já andaste a vasculhar o meu twitter...
- Confesso que sim. E já percebi quem ela é. 
- Então amanha conheces a minha pequena.
- Com todo o gosto. 
- Estou sem sono...
- Queres a minha companhia?
- Aqui na casa do Xabi é complicado entrarem homens a meio da noite. 
- Achas mesmo que eu ia voltar atrás?
- Não querias experimentar o meu corpo outra vez?
- Teremos tempo para isso, loca. Temos de falar...não é só cama, cama, cama.
- Até parece que alguma vez fomos para a cama...
- Tinha saudades de conversas assim. 
- Olha...e eu! 
- Que é que estás a fazer?
- Estou deitada, deitei-me agora. Estive a dar leite à bebé e a falar com o Sergio. E tu?
- Cheguei agora a casa, também me vou deitar. Vocês continuam a falar um com o outro?
- Sim...vamos mantendo contacto por causa da bebé e de sabermos se já avançamos alguma coisa com alguém.
- Isso é confuso.
- Um bocadinho...às vezes não me sinto bem com isto, mas é o melhor. Antes que saiba por mim do que por outras pessoas. 
- Sim, realmente. Porque é que vocês se afastaram tanto?
- Acho que a morte do nosso filho acabou por nos mudar. E fez com que deixassemos de saber como estar um com o outro. 
- Mas este afastamento pode fazer-vos esquecer um do outro...
- Sim, pode acontecer, mas eu quero viver mais a minha vida, ser o que eu era antes de conhecer o Sergio...ou esqueces-te que comigo era: curta, gostosa e...
- Que nem o nome sabes. Mas agora já sabes.
- Já sei o que?
- O meu nome.
- E o que é que isso tem a ver?
- Não me digas que não podemos ter uns bons momentos... 
- E se tu queres mais que isso?
- Não é que não me importasse...davas uma bela Miss Suárez - rimos os dois - mas eu sei que o amas a ele.
- E...mesmo assim..queres bons momentos comigo?
- Experimentar não custa...até porque dois anos dá para evoluir em todos os aspectos.
- As nossas conversas são tão interessantes.
- Concordo. 
- Mas olha, continuamos amanhã, sim? Vou dormir.
- Vai sim. Amanhã encontramo-nos onde?
- Que tal numa pastelaria que há na Plaza de Colón? Fica muito longe de onde moras?
- Não, meto-me lá em quinze minutos. 
- Então está combinado?
- Sim! A que horas, loca?
- Lá para as 10. Eu não me atraso. 
- Perfeito. 
- Buenas noches, mi fiero. 
- Buenas noches, mi loca.
Desliguei a chamada e deixei o telemóvel em cima da mesa de cabeceira. 
Aninhei-me na cama e tentei adormecer. Pouco me importa que as pessoas pensem que sou uma vadia ou uma vai com todos mas, neste momento, sinto-me bem a falar com o Mario e a companhia dele é fantástica. É ver o que é que este pequeno-almoço vai dar.  

3 comentários:

  1. Olá...gostei muito!
    Tenho a ligeira sensação q o Mário e a Ana ainda vão andar os dois...mas o coração da Ana ainda pertence ao Sérgio.
    Ansiosa pelo próximo :D
    BJ

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  2. Olá!!!
    Adorrreeeiiii!!!
    Isto é uma grande loucura mas eu adooorrrooo!!!!Adooorrroo!
    E andei adorei mais estas duas conversas ao telemóvel!!!
    Não estava a espera desta conversa com o sergio, pensei que não fossem falar um com o outro mas gostei da conversa!! E então aquela parte do fetiche por sapatos, fartei-me de rir!
    Depois com o Mário já estava a espera! As conversas deles sao esquesitas mas muito boas!! Estou para ver o que vai acontecer a seguir seja com o sergio seja com o mario!
    Amei mesmo isto!
    Próxxxiimmo!! Besos!

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  3. Olá!
    Cruzes, isto e muito evoluido para mim.
    As conversas Ana-Mario ja sao o que sao, mas as conversas Ana-Sergio... Nossa, que confusao! Amam-se, mas confessam um ao outro as conquistas da semana e ate admitem fazer umas compras a essas conquistas da semana para oferecer ao amor da vida deles (Sapatos, sergio? Que basico xD)
    Espero novidades! Acho que ainda muita coisa vai virar aqui para o meio. Nao sei ate que ponto o Sergio vai aceitar isto de a Ana andar à caça, e vice-versa! (joder, eu mesmo que concordasse, ia acabar por me passar! Onde ha amor, ha ciume e onde ha ciume pode haver muita coisa!!)

    Beso
    Ana Santos

    P.S. Ja disse que o teu fundo está em 1º lugar dos meus fundos favoritos?? Porque sera...?

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