3 - "...faz o que queres e comprova o que penso."

Para conseguir a “porcaria” do fim-de-semana tive de trabalhar o dobro ou o triplo durante o resto da semana. Foi super desgastante e, sinceramente, a vontade de ir passar o fim-de-semana com o Sergio era: nenhuma. Alem do mais ele está castigado, logo o ir ver o jogo do Real era um ponto a riscar das nossas actividades. Temos falado bastante, principalmente à noite, que é quando temos os dois mais tempo, e o Sergio insistiu mesmo que eu fosse ter com ele. Segundo ele: “podes descansar e desligar-te do mundo do trabalho”. E, sinceramente, precisava mesmo de me desligar do trabalho…o meu chefe anda impossível de aturar e a insistir imenso para que eu comece a fazer trabalhos para o site e não para o jornal, mas eu preciso de trabalho de campo e não ficar encafuada numa sala…sinceramente, não foi para isso que fiz a minha licenciatura.
Levantar-me num sábado às 8:30h era um sacrifício…mas mais vale ir cedo e aproveitar bem o dia. Tomei um duche rápido e fui vestir-me. Estava frio em Portugal…e em Espanha também.

Fui para o aeroporto e embarquei rumo a Madrid. A viagem foi curta e em menos de duas horas já estava em solo madrileno. Recolhi a minha mala e fui apanhar um táxi. Tinha combinado com o Sergio não me esperar no aeroporto e combinamos um sítio para nos encontrarmos. Combinamos encontrarmo-nos na Puerta de Alcalá, desconhecia o sítio, mas estava ansiosa por o conhecer. Demorei cerca de 20 minutos a lá chegar, não estava muito transito e era relativamente perto. 

Assim que o taxista parou o carro foi impossível não ficar surpreendida com aquele sitio…era tão lindo. Paguei a viagem ao taxista, peguei na minha mala e comecei a caminhar.

Comecei a caminhar e, como combinado, o Sergio estava debaixo do arco central. Sorriu-me quando os nossos olhares se cruzaram. Eu fui ter com ele, olhei em meu redor para finalmente fixar o meu olhar.

- Buenos dias – disse-me ele, curvando-se e dando-me dois beijos em cada uma faz bochechas.

- Buenos dias… - olhei de novo para ele e fiquei sem saber o que fazer e/ou dizer.

- Ainda pensei que não viesses…

- Se não viesse ontem dizia-te – ontem à noite o Sergio fez imensa questão de estar ao telemóvel comigo até que eu me fosse deitar só para eu lhe dar a certeza que vinha.

- Mesmo assim. Tu és meia maluca e nunca se sabe.

- Obrigada por começares a elogiar-me assim que chego ao pé de ti.

- Queres que te diga o que te digo ao telemóvel é?

- Não…não quero que o Sergio Ramos me veja mais vermelha que um tomate.

- És mágica e linda morrer – e pronto…lá vinha ele com as palavras que me deixavam completamente arrepiada da cabeça aos pés…dizia-me isto todos os dias, mais que uma vez. Senti as minhas bochechas ficarem super quentes e ele gargalhou a serio – imaginava-te assim quando falávamos ao telefone – confessou.

- Tu imaginas-me enquanto falamos ao telemóvel?

- Tu não?

- Um pouco…

- Então! Estou a imaginar…nós dois e um pequeno-almoço. Que tal?

- Aceito. Preciso de um suplemento alimentar… a comida no avião…

- Sei. Vamos – o Sergio colocou o seu braço por cima do meu ombro e começamos a caminhar. Ele levou-me até junto de um carro que estava ali estacionado – dá-me licença? – Ele pegou na minha mala e foi coloca-la no porta-bagagem para de seguida me vir abrir a porta do carro. Eu entrei e, enquanto pus o cinto, o Sergio entrou também para o carro para de seguida começar a conduzir.

- Já andas mais bem-disposta?

- Não, mas tenho intenções disso com este fim-de-semana.

- Estava a ver que não confessavas.

- Já te dei imensas dicas que quero este fim-de-semana mais que alguma coisa. Só de ter a possibilidade de comprovar o que se diz por aí – o meu consciente deixou de resistir ao que inconscientemente queria…eu quero eu Sergio…quero passar um bom pedaço de tempo com ele. Quero lá saber do que vem amanha, ou segunda-feira, eu só quero o hoje e o esta noite.

- Já vi que não és só assim ao telemóvel… - é obvio que não falo assim por falar…é a verdade que tenho certos problemas com a minha auto-estima, mas ele deixa-me louca e a ansiar o corpo dele junto do meu.

- Eu só quero…tempo de qualidade – coloquei a minha mão na perna do Sergio e fomos o resto do caminho a falar do que ele tinha planeado para a tarde. Nada mais, nada menos que…ficar em casa.

Chegamos à linda mansão de Sergio Ramos, ele estacionou o carro e saímos dele. Entramos em casa e o Sergio agarrou-me pela mão e levou-me escada acima. Não me contive e acho que andei um pouco rápido de mais.

Chegamos a uma porta e o Sergio abriu-a:

- Podemos começar com um pequeno-almoço na varanda… - podíamos…mas no teu quarto, com a tua cama e contigo…eu sou mulher…tenho as minhas ânsias…

- Parece-me bem, sim senhor.

Fomos então para a varanda e o Sergio tinha alguma comida preparada. Estava quentinha, logo não tinha sido ele a fazer…mas quem quer saber disso?

Ficamos ali pela varanda a tomar o pequeno-almoço e o resto da tarde foi passado no sofá da sua sala, super, mas mesmo super perto um do outro sempre a falar…estávamos numa de nos conhecermos mesmo a serio…para depois chegarmos aos afins.

- Vamos ficar por casa até amanha?

- Não…vamos jantar fora e depois voltamos.

- Ok. Preciso de ir trocar de roupa.

- Não demores muito – ele deu-me um beijo no pescoço e eu subi até ao quarto dele.

Tinha trazido um conjunto mesmo para uma situação destas.

Voltei à sala onde o Sergio me esperava.

- Estou pronta.

- E linda – ele chegou perto de mim, agarrou-me pela cintura e beijou-me…sem pedir licença! Mas…quem precisa de licença para beijar desta maneira…se ele não me estivesse a agarrar eu derretia completamente. Ainda nos entusiasmamos um bocadinho, mas ele, sim ELE, pôs um travão na situação.

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O jantar demorou…estava mesmo a precisar de sair dali e estar sozinha com ele. Chegamos a casa do Sergio já eram 23:05h…e a loucura começou. Começou nas escadas. Eu ia à frente dele, o que o possibilitou a agarrar-me pela cintura e começar a beijar-me o pescoço. Das escadas ao quarto eu ia deixando as coisas cair…a mala, os saltos e o casaco…

Quando chegamos ao quarto, tomei a vontade que tinha e empurrei-o para cima da cama, colocando-me em cima dele e constatando um facto: a cama dele era grande o suficiente para muito rebuliço.

Foi impossível não me meter com ele:

- A cama foi pensada de propósito para os teus efeitos especiais?

- Tem dado jeito mas não… - ele trocou de posição comigo – a partir de agora…podemos falar menos e fazer mais?

- És o dono da cama, eu estou aqui…faz o que queres e comprova o que penso.

Ele sorriu com aquelas palavras e beijou-me. Primeiro os lábios, passando para o pescoço e os braços. Eu não sei o que me estava a dar…vir de propósito a Madrid para ir para a cama com o Sergio Ramos. A quem se conte! Mas é tão bom.  

O que começou por ser um espectáculo super calmo, deu lugar a uma loucura “apressada” por mais e mais e muito, muito mais.

Foram muitos os gemidos de prazer que lançamos em conjunto e mesmo em separado. Mas foi mesmo perfeito. Foi como…como nada! Nunca nada irá superar este momento nem chegar perto.

De manha:

Sentia-me super cansada, mas completamente saciada.

Estava a sentir-me observada…estaria o Sergio a olhar para mim?

Abri os olhos e ele sorria.

- Se não fosses tão bom morria de susto se me olhassem assim pela manha… - ele passou um dos seus dedos pela minha espinha. Eu estava de barriga para baixo e deveria ser visível o arrepio que tinha sentido:

- Se tu não fosses perfeita não me fazia fazer o que fiz…

- Até parece que é a primeira vez.

- Com direito a pequeno-almoço na cama…sim, é.

Olhei para o fundo da cama e estava lá um tabuleiro com comida. O Sergio sentou-se ao fundo da cama, eu enrolei-me ao lençol e ajoelhei-me na cama atrás dele, beijando-lhe a tatuagem que ele tem atrás da sua orelha esquerda.

Passei para o seu colo e dei-lhe um beijo nos lábios.

- Bom dia.

- Bom dia – ele pegou numa uva e, eu a pensar que seria para mim, ele mete-a na boca. De imediato o beijei e saquei-lhe a uva.

- À que ser cavalheiro… - comentei.

Ele voltou a pegar numa uva e deu-ma. Eu prendi-a com os meus dentes e aproximei-me dele que se apoderou da sua meia uva.

Perdemo-nos em beijos e acabamos por esquecer a comida e repetir o que se tinha passado na noite passada. Mais calmamente e super relaxados. Por mais que o fizéssemos não parecia ser o suficiente.

Mirei-lhe todas as suas tatuagens…eram sem dúvida arte, ainda para mais no seu corpo.

- Estás a tirar ideias para fazer uma? – Perguntou ele quando e me coloquei em cima dele para ver melhor as do tronco.

- Não…mas tens arte espalhada pelo teu corpo. E esta aqui – beijei-lhe a que estava na linha dos boxers.

Ele não me deu tempo para continuar o meu raciocínio e levantou o seu tronco para me beijar.

Passamos o resto da manha a saciarmo-nos um no outro sem pensar no mundo que estava para lá daquelas quatro paredes.