domingo, 27 de janeiro de 2013

7 - Coração

Depois de assistir ao treino do Real e de passar um bom bocado com a Sara, os meninos terminaram o seu treino e fomos almoçar os quatro. Eu, o Sergio, a Sara e o Iker.

(Sergio)
Era importante para mim ter a Ana juntamente com o futebol. Era importante tê-la no treino de hoje assim como era importante tê-la…comigo. Tornou-se…uma pessoa essencial na minha…vida.
Nunca nenhuma rapariga tinha feito comigo o que a Ana tinha conseguido fazer. Era como se tivesse feito um clique dentro de mim…como ninguém tinha feito. Eu estou apaixonado por ela, e sei que poderei assentar de uma vez com uma rapariga.
Depois de almoçarmos com o Iker e a Sara, fomos os dois para casa.
Tinha de ir falar com o meu agente…estar no mês de Janeiro implica muitas movimentações com propostas, mas sair do Real Madrid não está na minha mente. Enquanto fui ao escritório para lhe telefonar, a Ana subiu até ao quarto. Ela disse que precisava de descansar e que se ia deitar um pouco.
Depois de almoço ela ficou um pouco diferente…estava cansada. Não era dela…não pelo menos nestes dias…e noites.
Andei cerca de uma hora a falar com o meu agente. Sobre propostas, eventos e das noticias que saíram na imprensa sobre mim e a Ana. Quando terminei a chamada, subi até ao andar do meu quarto, indo até ele.
A Ana estava deitada sobre a minha cama…como é que era possível uma pessoa ficar tão perfeita ali deitada? Estava serena. Bastante serena. Deitei-me a seu lado e afastei-lhe alguns cabelos do seu pescoço. Ela estava fria e com a respiração…fraquíssima.
- Ana… - chamei-a baixinho. Ela abriu os olhos e olhou-me. Não os abriu na totalidade. Ficou com eles semi-abertos e sem aquele seu brilho característico.
- Sergio…eu não…estou bem – a sua voz estava fraca. Comecei a desesperar. O que é que se está a passar?
- O que é que sentes?
- Estou cansada…e o meu…coração…está a bater devagar – ela estava com imensa dificuldade em falar. Tinha de parar várias vezes e fechava os olhos. Coloquei a minha mão junto do seu coração…estava muito fraco mesmo. Demasiado até para aquilo que deveriam ser batimentos cardíacos normais.
- Eu tenho de te levar ao hospital… - preparei-me para a pegar ao colo.
- Sergio…a imprensa.
- Nem penses que te vou deixar assim, és louca!?
Peguei nela ao colo e levei-a para a clínica onde eu costumo ir. Tinha lá o meu médico, que era da minha confiança. Todo o caminho, de minha casa ao hospital, a Ana só piorava. A sua respiração estava cada vez mais fraca e ela mal se aguentava direita.
Demos entrada nas urgências, chamaram de imediato o meu médico, que fez alguns testes à Ana, mas, como não era a sua especialidade, teve de chamar um colega dele, da cardiologia, para observá-la.
Depois de uns exames e de a auscultar, pediram-me que saísse do gabinete e que fosse até à sala de espera.
Espera…era aquilo que eu não conseguia fazer. Não conseguia esperar…não quando tenho uma pessoa importante mal, sem saber o que tem e a ser examinada por um cardiologista.


(Duas horas depois)
Tinham-me avisado que a Ana estava a ser sujeita a uma mini cirurgia ao coração. Ela estava com insuficiência cardíaca. Ao que os médicos apuraram…muita actividade física em pouco tempo, para a Ana, poderia ser prejudicial. E a culpa de isto tudo era minha…
A operação, que deveria ser mini, já estava a demorar demasiado tempo. Foi então que me dirigi até à recepção para tentar recolher alguma informação:
- Sabe-me dizer se a operação da minha namorada está com alguma complicação? – Usar o termo namorada…era mais que apropriado, àquilo que queria ser a ela.
- Como se chama a senhora?
- Ana…Ana Moreira.
- É o acompanhante? – Perguntou um médico que aparecera.
- Sou sim doutor.
- Fui eu que estive a operar a menina Moreira.
- Como é que ela está?
- Agora está bem. Sabe se ela tem algum historial de casos relacionados com o coração?
- Não doutor. Conhecemo-nos há pouco tempo e não sei de pormenores relacionados com a saúde da Ana.
- Nesse caso temos de esperar que ela acorde. Mas…ela está bem e vai ficar bem. Não há razões para alarme. Fizemos apenas a cirurgia para estimular o coração da Ana a bombear. Ela chegou com imensas dificuldades, mas agora está estável…só tem de ter cuidado com ela na questão da actividade física. Ela não se pode esforçar muito nos próximos tempos…uma semana de descanso absoluto irá fazer-lhe bem.
- E ela está mesmo bem?
- Está. Não se preocupe. Quer ir vê-la?
- Se pudesse ser…
- Claro. Ela está ainda inconsciente por causa da anestesia, mas acordará em pouco tempo.
- Muito obrigado doutor. Obrigado por ter ajudado a Ana.
- Ora essa. É a minha função. Vamos, então?
- Claro, claro – começava a ficar mais aliviado. Afinal, a mia princesita estava bem…só tínhamos era de por um travão na…actividade física.
Fomos até ao quarto onde estava a Ana. O médico deixou-me à vontade ao pé dela e saiu do quarto. Eu sentei-me numa cadeira que estava do seu lado e agarrei-a pela mão.
- Que susto hã? – Dei-lhe um beijo na mão e peguei no meu telemóvel. Digitei o número do Iker.
“- Não me digas que já despachas-te a miúda?”perguntou ele, em tom de brincadeira.
- Nada disso…estou com ela no hospital.
“- Hospital?”
- Sim…viste que ela se estava a queixar de cansaço…
“- Sim.”
- Quando chegamos a casa ela foi-se deitar…eu estive a falar com o meu agente e quando fui ter com ela…ela estava estranha e queixou-se do coração. Estava muito fraco.
“- Mas ela está bem, puto?”
- Está…agora está. Os médicos disseram que ela estava com insuficiência cardíaca.
“- Mas isso não é grave? Ela não tem de ter cuidado?”
- Pois…pelo que o médico me disse ela vai ficar bem, só tem de descansar.
“- Ela está bem, então?”
- Sim…está ainda inconsciente. Tiveram de lhe fazer uma mini cirurgia para estimular o coração.
“- Puto…ela vai ficar bem. Não stresses.”
- Fogo…mano, só de pensar que ela podia ter morrido se eu demorasse mais tempo a ir ter com ela.
“- Ei…tem calma. Ela está bem. Tens é de deixá-la descansar, senhor Ramos.”
- Sei disso! Mas…fogo! Ainda agora a conheci e já estive quase a perde-la!?
“- Isso é que é…azar.”
- Azar é pouco! Deve ser Deus a castigar-me pelo que tenho andado a fazer estes anos.
“- Até parece que queres dizer com isso, que as revistas têm razão.”
- Em parte têm…
“- Na parte que descobrem os teus relacionamentos…não, na parte em que és um devorador de mulheres!”
- Eish…devorador de mulheres…onde é que isso já vai.
“- Ya…diz que não.”
- Bem…eu não sei quanto tempo é que ela aqui vai ficar, mas hoje eu só saiu daqui lá para a noite. Amanha…só vou ao treino se ela estiver bem.
“- Não te esqueças é de avisar.”
- Claro.
“- Mano…ela vai ficar bem. Conseguiste chegar com ela a tempo ao hospital…e os médicos que aí estão são competentes. Se houverem complicações…que espero que não hajam…sabes que estamos contigo.”
- Obrigado Iker.
“- Vá…fica lá com a rapariga e as melhoras dela.”
- Obrigado. Eu depois digo qualquer coisa.
Desliguei a chamada e olhei para a Ana…que tinha os seus olhos abertos e sorriu-me.
- Eu gosto de ser diferente… - disse ela, ainda a custo mas riu-se.
Eu aproximei-me dela, dei-lhe um beijo na testa, outro no nariz e voltei a agarrar-lhe na mão.
- Tu és diferente mesmo…como é que te sentes?
- Cansada…
- É normal…é da anestesia.
- O que é…que se passou?
- Parece que o teu coração não aguenta tanto esforço.
Ela tentou dar uma das suas gargalhadas, mas não a conseguiu prolongar pelo tempo que costumava ser o certo.
- Isso quer dizer que já…não posso ser a substituta…do Sergio Ramos no Real… - quem se desmanchou a rir fui eu. Ela estava animada, nem parecia estar toda entubada. Custava-lhe a falar…tinha de fazer imensas pausas, mas estava animada.
- Não…isso não podes. Vais mesmo ter de ser a companhia do Sergio Ramos.
- E se não me apetecer?
- Ele faz com que te apeteça, não te preocupes… - sorrimos os dois – é melhor chamar o médico, não?
- Se calhar…
Pressionei no botão de chamada dos responsáveis do quarto da Ana.

(Ana)
Parecia que um camião me tinha passado por cima…parecia que o meu corpo todo se estava a despedaçar…doía-me tudo. E estava cansada…muito cansada. Acordei ao ouvir o Sergio…o Sergio! Ele tem sido perfeito. É simplesmente a melhor coisa que me aconteceu…sem duvida nenhuma.
- …não sei quanto tempo é que ela aqui vai ficar, mas hoje eu só saiu daqui lá para a noite. Amanha…só vou ao treino se ela estiver bem.
Pelo avançar da conversa e quando chegou a despedida percebi que era o Iker.
Decidi “brincar” com o Sergio…poderia estar a custar-lhe estar ali…e se, ao menos brincasse com a situação e parecesse animada, ele poderia descansar.
O Sergio chamou o médico que, quando chegou ao quarto, pediu-lhe que saísse. O Sergio assim o fez, e o médico começou a observar-me.
- Como é que se sente?
- Dorida…e cansada.
- Isso é da anestesia. A menina já tinha tido algum episódio semelhante a este?
- Não senhor doutor.
- E costuma fazer muito exercício?
- Não tanto como gostaria…mas ultimamente…tenho feito mais – oh se tenho…então…esta coisa que me deu…deveu-se aos…pedaços de bom pecado que tenho passado com o Sergio? Ai coitado…provavelmente sentiu-se mal com tudo isto.
- Penso que seja um caso isolado e que não se repita. Pelo menos com muita frequência. Tenho de lhe dizer que tem de descansar muito, pelo menos uma semana sem grandes exercícios e perdas de energia. Se entretanto se sentir mal…terá de voltar ao hospital para estudarmos o seu caso.
- Vou puder ir para casa?
- Sim. Tem de passar a noite de hoje em observação e, se tudo correr bem, amanha de manha posso passar-lhe a alta.
- Então quer dizer…que só preciso de descansar?
- Sim…descanse muito e tenho uma alimentação equilibrada… - o médico retirou-me um dos tubos que tinha ligados ao nariz. Nada doloroso…era apenas oxigénio – teve muita sorte em que o seu namorado a trouxesse rápido.
- Namorado?
- Sim…o senhor Ramos. É seu namorado, ou não se lembra? – O médico tinha acabado de chamar o Sergio de meu…namorado. Ele tinha dito que era meu namorado? – menina Ana? – o médico chamou-me à atenção.
- Sim…sim. Peço desculpa…estava apenas a pensar no que acabou de…dizer.
- Tem alguma questão a colocar?
- O que é que…se passou ao certo comigo?
- Insuficiência cardíaca. O seu coração não aguentou com as descargas de energia que teve ultimamente e quebrou.
- E…pode repetir-se, certo?
- Sim…mas só se começar já a fazer exercício amanha. Se ficar uns tempos sem grandes esforços conseguimos que seja só um episódio.
- Muito obrigada doutor.
- Não me agradeça. Cuide de si. Amanha passo por cá para lhe dar alta.
O médico saiu do quarto e passados alguns segundo entrou o Sergio.
- Está tudo bem? – Perguntou ele, sentando-se na cadeira a meu lado.
- Sim…o médico disse só que tinha de ter cuidado…com o exercício físico.
- Também ele me disse o mesmo. Abusamos…
- Mas foi gostoso.
- Olha para ela, olha – o Sergio aproximou-se da cama e segurou-me na mão.
- O médico disse-me que eras meu namorado…
- Disse? Quem lhe deu autorização?
- Isso queria eu saber…quem te deu autorização…a intitulares-te de meu…namorado? Se és apenas…meu amigo.
- Amigo…
- Sergio. Temos de ir com calma.
- Exacto…desculpa.
- Não desculpo…não desculpo porque ainda não me deste um beijo como deve ser.
- Onde é que está a calma?
- Ei…quero calma contigo…como meu namorado. Mas quero…muita presa…contigo como meu quase namorado.
O Sergio sorriu-me…como só ele sorri. Ele levantou-se e aproximou o seu corpo do meu. Aproximou os seus lábios do meu e beijou-me. A vontade que eu tinha de corresponder ainda mais àquele beijo era imensa…mas…não sei porque uma máquina começou a fazer imenso barulho. Imenso barulho mesmo.
- O que é isto? – Perguntou o Sergio a olhar para a máquina super aflito.
- Não faço ideia…
Nisto uma enfermeira entra pelo quarto dentro, super apressada. Dirigiu-se à máquina e olhou-me.
- A menina sente-se bem? – perguntou ela, auscultando-me.
- Sim…mas o que é que se passa?
- São os seus ritmos cardíacos…aumentaram e a máquina dá-nos esse sinal.
- Está tudo bem senhora enfermeira…foi apenas o coração sentimental a falar… - olhei para o Sergio que se ria…a enfermeira acabou por se rir connosco, pedindo para que tivéssemos mais calma.

- - - - - -
- O médico disse para não fazes grandes caminhadas – “gritou” o Sergio quando eu sai do carro primeiro que ele, encaminhando-me para a porta de casa.
- Até parece que estou a 2000 km de distância do teu carro.
- Não estás…mas tens de abrandar – o Sergio saiu do carro e veio ter comigo. Abriu a porta e pegou-me ao colo – agora vais para a caminha e eu sou o teu enfermeiro de serviço.
- Olha-me, olha-me…mas agora sou inválida?
- Não…mas o médico disse… - fechou a porta com o pé – para tu descansares…tens de descansar.
O Sergio levou-me até ao quarto e deitou-me na cama. Colocou-me uma almofada para me encostar e deu-me o comando da televisão, sentando-se a meu lado.
- Temos de começar a arranjar coisinhas para fazer – começou ele.
- Eu tinha umas ideias, mas o médico não deixa.
- Nem ele…nem eu. Temos de ir com calma… - ele deu-me um beijo…que, ao contrário dos que tínhamos antes, era super calmo…sentido.
Agarrei no comando e liguei a televisão.
- Ora bem…vamos ter tempo para: ver televisão, tirar fotos, jogar…cantar…
- E temos de arranjar uma dieta saudável para nós.
- Não me ponhas a comer coisas sem sal…
- Não. Mas temos de seguir as ordens que o médico deu.
Ficamos os dois a ver televisão e a mimarmo-nos um ao outro. Tudo super relaxado e sem segundas intenções. Começamos a ver um jogo do Real Madrid que estava a dar repetido…quando o telemóvel do Sergio tocou.
- Madre… - disse ele ao atender a chamada.
O Sergio conversava animado com a mãe ao telemóvel e eu distraí-me com a televisão, não ligando ao que eles conversavam. Só quando o Sergio entrelaçou a minha mão com a minha é que me apercebi que a conversa tinha terminado.
- Algum problema? – Perguntei aninhando-me ao Sergio.
- A minha mãe…vem cá jantar.
- Vem!? – A mãe do Sergio…jantar…cá em casa. Eu. Aqui. Em. Casa.
- Sim…ela, quer vir cá, vem com o meu pai. Já não estamos juntos à algum tempo.
- E…hoje…
- Jantamos os 4 juntos. Apresento-te como minha amiga.
- Queres…apresentar-me…como namorada?
- Queres sê-lo?
- Amava ser…como te amo a ti… - olhei para o Sergio, que só não sorriu mais porque não conseguia. Beijamo-nos, fugazmente…senti o meu coração a bater…como ainda não tinha batido. Batia como um coração apaixonado bate e como só uma rapariga apaixonada, como eu, conseguiria fazer um coração bater.

10 comentários:

  1. Olá!
    Tens noçao de quanto amei este capitulo????? LINDOOOOO! A preocupaçao do Sergio tocou-me!!! Eles sao tao fofos. E a cena da maquina? E aquele "quero calma contigo…como meu namorado. Mas quero…muita presa…contigo como meu quase namorado." AMEIIIII! Tudo tudo tudo! Exceto uma coisa! Ja ter acabado!!! xD
    Quero o proximo!

    Besazo
    Ana Santos

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  2. Adorei adorei adorei (;

    Espero o próximo

    Beijinhos

    Nii'i

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  3. Olá :)
    Com que então a menina Ana anda a fazer demasiado exercício...
    Bem que eu apanhei um susto com a visita ao hospital :s
    Mas o Sérgio é mesmo querido.
    E a Ana sempre a querer animá-lo com as piadas :p
    Ainda bem que foi só um susto.
    Agora quero ver como corre o jantar ;D

    Beijinhos

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  4. Olá :)
    A tua história é linda, fascinante...cada capítulo que postas é melhor que o anterior! Parabéns pela excelente história.
    Posta o próximo rapidinho estou muito curiosa!
    Beijinhos (e desculpa a invasão).
    Margarida

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  5. Grande susto essa história do coração! Até eu ia tendo uma coisinha má!
    ADOREI!
    Quero mais!
    Bjokinhas
    Mariaa

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  6. Ai tão querido! Bem, que original! Adorei a parte do coração...
    Quero mais!
    Beijinhos

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  7. namorada? sei (:
    GOSTEI, ADOREI, AMEI *-*
    demasiado exercício, compreendo xd
    quero mais, rapidinho :b
    beijinhos, Débora *

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  8. ri-me tanto com a cena da máquina ahahahah xD Sergita simplesmente adorei !
    besos, Maria
    http://demadridcomamor.blogspot.pt

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