quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

8 - "...uma mãe"

- Tens a certeza que queres jantar com os meus pais? Eu posso ir jantar com eles a um restaurante – dizia o Sergio pela centésima vez.
- Sim…já te disse que sim, não há problema.
- Mas o médico disse que tinhas de ir com calma…sem grandes perdas de energia lembras-te?
- Mas eu tenho de jantar ou não?
- Tens…
- Então! Se o meu coração aguenta com o meu namorado…muito facilmente aguentará com os pais dele.
- Eu tenho a sensação que esse teu namorado é a pessoa mais sortuda do mundo.
- Não sei…és?
- Sou – ele deu-me um beijo e permanecemos os dois algum tempo agarradinhos.
Depois de almoçarmos o Sergio foi para o treino e eu fiquei…a “descansar”
O Sergio tinha pedido que me fosse deitar e que esperasse por ele, mas eu decidi ir começar a idealizar o que iria ser o jantar e dar uma limpeza à casa.
Quando eram cerca das 17:00h, era mais ou menos hora do Sergio chegar. Fui até ao andar de cima e deitei-me na cama a ver televisão. Cerca de 10 minutos depois, o Sergio chega ao quarto.
- Olha quem voltou… - atirei.
- Tens estado aí deitada?
- Sim – mentirinha…mas é por uma boa causa.
- Como é que te sentes? – Ele deitou-se na cama, deixando a sua cabeça nas minhas pernas.
- Estou bem.
- Ainda bem – ele aninhou-se e fechou os olhos. Ele tinha dormido no hospital…e o sofá onde tinha ficado não era o mais confortável. E ainda tinha ido ao treino…
- Estás cansado?
- Um bocado.
- Deita-te como deve ser…eu vou preparando o jantar e tu podes dormir um bocadinho, que tal?
- Não!
- Sergio…porque não?
- Não te podes cansar.
- E fazer o jantar cansa?
- Sim.
- Por favor…
- Então vamos fazer os dois…nem te cansas tanto tu, nem eu.
- E…ainda temos tempo para um duche – o Sergio olhou-me…e riu-se.
- Sabes o que o médico disse…
- Eu só falei em duche…tu é que estás a ter outras ideias.
- Tens razão – ele deu-me um beijo e fomos até à cozinha.
Eu já tinha retirado carne do congelador para fazermos. Ele reparou e abanou a cabeça, abraçando-me.
- Tens noção…de que és super teimosa?
- Tenho…já me disseram algumas vezes – ele olhou-me, dando-me um beijinho no nariz – eu não aguento ficar muito tempo no mesmo sitio. Eu não me cansei…só estive a pensar no que poderia ser o jantar, dei um jeito à sala de jantar…
- E não te cansas-te?
- Não…acho que o problema do meu cansaço és mesmo tu.
- Eish…que mazinha!
- Sou…de vez em quando. Mas, só quero é que daqui a uma semana o médico diga que está tudo bem, e que possamos voltar a fazer exercício físico os dois.
- Hum… - ele deu-me um beijo no canto dos lábios que me deixou…estranha. Senti uma coisa completamente…WOW.
- O que é que pensas que estás a fazer?
- Nada…
- Eu te digo o nada…sabes bem que o meu coração está fraquinho.
- Sei muito bem.
- Ainda bem…que é que estás a pensar fazer para o jantar? – Perguntei, colocando as minhas mãos no fundo das suas costas.
- Já que já temos carne…podemos fazer um guisado.
- Parece-me bem.
Começamos os dois a descascar batatas, cenourinha e tudo o que era necessário para aquele guisado. Depois de já o termos adiantado o suficiente, fomos tomar, os dois, um banho de emersão…super relaxante e demorado. Sabia mesmo bem, estar dentro da banheira, quentinha e com o Sergio. Cerca de 40 minutos depois saímos da banheira e fomos até ao quarto, enrolados em toalhas. O Sergio foi até ao seu closet e eu à minha mala…o que é que eu poderia escolher para jantar com os pais do Sergio…a roupa já estava toda espalhada, misturada com os sapatos e bijutaria, quando o Sergio saiu do closet, já pronto…em menos de 15 minutos.
- Não…não pode ser! Tu entras num closet cheio de roupa e demoras 15 minutos a estar nesse estado…eu com uma malinha ainda não tenho nada para vestir.


- Acho que te posso resolver o problema.
- Vais escolher a minha roupa?
- Vou dar uma ajuda. Vem comigo – ele esticou a sua mão na minha direcção. Eu agarrei-a e fui com ele. O Sergio levou-me…para fora do quarto encaminhando-se para o fundo do corredor – enquanto a minha irmã vivia cá em casa…ela foi juntando roupa que não queria e agora, que casou e tem a casa dela, deixou-me isto.
O Sergio abriu a porta e o meu queixo caiu-me aos pés…simplesmente o sonho de qualquer mulher…


- Wow – foi o que consegui dizer…estava completamente deslumbrada com o tamanho do closet e a quantidade de roupa que ali estava.
- Podes escolher o que quiseres.
- Não…isto é da tua irmã.
- Ela nunca usou nada disto. Diz que não fazia o estilo dela. Queres ajuda?
- Sim… - disse a medo.
- Senta-te – disse apontando para uma cadeira que se encontrava junto da porta – dá-me uns minutinhos para vasculhar o que há por aqui.
O Sergio começou a ir em busca de algo…para eu vestir. Ri-me com a situação…o meu…namorado, está a procurar a roupa para eu usar, no jantar que vamos ter com os pais dele. Está bonito, está.
Ele ia mostrando algumas peças de roupa, que eu ia amando, mas ele dizia que tinham defeito e que não era o que ELE queria que EU usasse.
Vi que ele estava…empenhado na tarefa e nem sequer tentei me meter no meio da sua busca.
Passado algum tempo e quando ele já ia a meio, ouvi:
- Achei!
Ele veio na minha direcção…com uma peça de roupa que eu não vestiria num jantar com os pais do meu namorado.
- Deves pensar…eu não vou jantar assim com os teus pais.
- Vais sim! E sou eu que mando!
- Olha, olha…deves estar muito enganado! Tu não mandas nada!
- Tens razão…mas sou teu namorado – ele fez uma pausa e sorriu – e sei que te vai ficar super bem. E sei que com os acessórios que há para ali, fazes qualquer coisa.
- Mas…não é…demais?
- Até é de menos… - ele riu-se e curvou-se para chegar aos meus lábios e beijar-me – vestes?
- Já te disse que consegues…que eu faça as coisas sem pensar?
- Não…nunca tinhas dito, mas é bom saber isso – demos mais um beijo e ele colocou a roupa nas minhas pernas – vou por o comer ao lume para acabar. Tens meia hora para te consciencializar que vais ser o meu arraso.
- Ai… - ele deu-me mais um beijo e saiu.
Fui até ao quarto do Sergio para ir buscar a minha roupa interior. Depois de vestir o vestido, fui, de novo, até ao closet e dirigi-me até ao sapatos…a minha perdição. Depois de os escolher, escolhi os acessórios também e…acho que estava pronta.


Fui até à cozinha, onde estava o Sergio. Assim que cheguei à cozinha, ajeitei o vestido...achava-o demasiado curto.
-Sergio...eu acho que o vestido é curto demais.
O Sergio olhou-me e riu-se, vindo ter comigo.
-Como tinha pensado, estás um arraso.
-É...os teus pais também vão achar...eu vou trocar de roupa – dei meia volta e comecei a ir para o andar de cima, de novo, mas o Sergio agarrou-me pelo braço.
-Nem penses...estás linda e não penses no que os meus pais vão pensar...interessa-te mais o que eles pensam ou o que eu penso?
-Neste momento? O que eles pensam!
-Esquece...eles podem ficar a olhar para ti...mas é por seres linda e por seres...a primeira rapriga que lhes apresento.
-E pronto...ainda me deixas pior do que já estou.
-Ei...tem calma! Sê tu própria e...eu estou contigo.
-Sei que sim – beijamo-nos.
-Temos de ir por a mesa – o Sergio interrompeu o beijo e fomos os dois por a mesa na sala de jantar, para que, quando os pais do Sergio chegassem, estar tudo pronto.
Cerca de 20 minutos depois tocam à campainha...o meu estômago começou a andar às voltas. O Sergio veio ter comigo à sala. Olhou-me e deu-me um beijo.
-Independentemente do que se passar, quero que saibas que te amo – disse ele beijando-me de novo.
Ele foi até à porta, abriu-a e os pais dele estavam à porta. Cumprimentaram-se os três animados e o Sergio deu-lhes licença para passarem. Assim que os nossos olhos se cruzaram...senti-me super estranha. Os pais do Sergio ficaram...confusos, com a minha presença. O Sergio fechou a porta e veio ter comigo, colocando um dos seus braços em torno da minha cintura...senti-me...amparada.
-Queria apresentar-vos a Ana...a minha namorada. Ana, são os meus pais, Paqui e José.
Para meu espanto, a mãe do Sergio é quem toma a primeira iniciativa e me veio cumprimentar, com dois beijinhos. Já com o pai...era diferente, o senhor estava tenso e sem grandes vontades de me cumprimentar. Sei que o Sergio reparou nisso, mas nada dissemos...óbvio que não, os senhores tinham sido apanhados de surpresa.
Durante todo o jantar, íamos tendo conversas banais...simplesmente em relação ao castigo do Sergio, ao dia-a-dia dele e coisas assim. Quando terminamos o jantar fomos até à sala e o pai do Sergio pediu-lhe para falar com ele a sós, assim, foram os dois para o escritório, ficando eu, na sala, com a mãe do Sergio.
Assim que o Sergio e o pai saíram da sala, a mãe do Sergio, chegou-se para junto de mim, agarrando-me na mão.
-Deves ser muito especial para o meu filho – começou ela – o Sergio nunca nos tinha apresentado uma rapariga...como namorada. Deves saber a fama que as revistas e jornais fazem dele...mas o meu menino não é como o fazem parecer que é. O Sergio é...ele é...
-O homem mais perfeito...é atencioso, amigo, preocupado e tem sempre as palavras certas para o momento certo – completei.
A senhora olhou-me, emocionada, e deu-me um abraço.
-Ainda bem que...apareceste.
-Foi...por acaso – a mãe do Sergio voltou a olhar-me e a agarrar-me pela mão.
-Obrigada.
-Porque?
-Por demonstrares ao meu filho que...amar de novo não tem problemas.
-Acho que, nesse caso, eu é que tenho de agradecer...o Sergio é...o meu primeiro namorado a serio.
Vi que a senhora ficou espantada com o que lhe disse, mas permaneceu com o seu sorriso magnifico nos lábios...era semelhante ao do Sergio...vejo, agora, a quem é que ele sai.

(Sergio)
O jantar com os meus pais e a Ana estava a ser, no mínimo  casual...pouca conversa sobre nós, e muita sobre mim. Penso que a Ana não ficou incomodada com esse facto, mas eu, por outro lado, gostava que, ao jantar, os meus pais tivessem feito mais perguntas sobre ela, a ela. Sobretudo a minha mãe...do meu pai não iria esperar nada disso, muito pelo contrário. O que eu esperava dele chegou depois de jantarmos. Uma conversa a sós.
Fomos os dois para o escritório, deixando a Ana e a minha mãe na sala.
-Tens recebido propostas? - perguntou o meu pai, sentando-se no pequeno sofá que ali tinha.
-Algumas...mas, ambos sabemos que não é por isso que o pai quis falar comigo sozinho.
-Tens razão. Senta-te – puxei a cadeira e sentei-me em frente dele – isto da Ana...é alguma brincadeira? Sabes que não deves tornar as coisas tão sérias antes de o serem.
-Sei disso pai, mas que aquela mulher que está na sala, é a minha futura esposa e futura mãe dos seus netos. Desde...o meu último relacionamento...que nunca senti nada por alguém como sinto pela Ana.
-Com a Pilar...tu não chegas-te a apresentá-la como namorada.
-Vê...aí tem mais uma razão para ver que é tudo muito sério.
-Eu só espero que saibas o que estás a fazer...não brinques com a rapariga.
-Fique descansado... - foi então que me lembrei que a Ana tinha de tomar um comprimido que o médico lhe tinha dado para completar a dose que tinha de tomar – eu já volto.

(Ana)
Estava a falar tranquilamente com a mãe do Sergio, quando ele aparecesse na sala.
-Estávamos a esquecer-nos do que o médico disse – ele vinha com um copo de água na mão, bem como o comprimido que o médico me tinha mandado tomar, depois de jantar.
Peguei no comprimido e tomei-o. Ele voltou a sair da sala e eu voltei à conversa com a mãe dele.
-Estás bem, querida?
-Foi só um problemazinho...
-Queres contar-me?
-É medicação por causa do meu coração...ontem fui parar ao hospital porque estava com insuficiência cardíaca.
-E estás bem?
-Sim...fizeram-me apenas uma mini cirurgia, mas tenho de ter cuidado em relação aos esforços durante uma semana.
-Então...foste operada e estás já a conhecer os teus sogros?
-O Sergio queria levar-vos a jantar fora...eu é que não deixei.
-Custou muito a cirurgia?
-Custou o acordar dela...parecia que me tinha passado um camião em cima, mas agora está tudo bem. Tenho uma cicatriz pequena e quando retirar os pontos nem se vê.
Ainda ficamos um bom bocado a falar do que se tinha passado, até que chegou a hora dos senhores se irem embora. Despedi-me de cada um deles, o pai do Sergio, estava mais...relaxado.
-Até que nem correu mal – disse o Sergio, depois de fechar a porta.
-Adoro a tua mãe. Foi super querida comigo...uma mãe.
-Já viste a quem é que saiu certo?
-Já sim... - dei-lhe um beijo e fomos deitarmo-nos.
Despi-me, ficando apenas em roupa interior. Ri-me sozinha...iria ser a primeira noite que, realmente, iríamos para a cama os dois para dormir. Retirei o soutien e vesti uma T-shirt para ficar mais à vontade.
Peguei no meu tablet e nos óculos.


Deitei-me na cama, tapei-me, pus os óculos e preparei-me para ir ler o que se passava por Portugal. Notícias do país, notícias do meu...chefe, ou ex-chefe...essa tarefa foi-me dificultada pela entrada do Sergio no quarto...ele vinha apenas em boxers...o que me deixou completamente desnorteada.
Ele olhou-me e riu-se.
-Estás a gozar comigo e com o facto de usar óculos? - perguntei.
-Nada disso – ele meteu-se dentro dos lençóis, encostando a sua cabeça ao meu ombro – só não fazia ideia de que usavas óculos e que ficavas linda com eles.
-Não sejas parvo! O meu chefe mandou-me um mail – disse ao abrir a minha caixa de correio.
-Que diz?
-Vou abrir agora. Queres que te leia?
-Se quiseres...
-Pode ser em português?
-Se for devagar, eu percebo.
-Ok. Então começa assim:
Estimada Ana Moreira,
creio ter arranjado uma substituta para o seu lugar, não tem as suas características profissionais, mas parece-me que a sua escolha já estava feita no dia em que falamos. Contudo, fico a aguardar uma resposta sua até amanha de manhã. Fique sabendo que apreciava bastante o seu trabalho e que deveria aceitar a minha proposta. Se não o fizer, as minhas felicidades. Cumprimentes.”
-O que é que ele quer dizer com isso? - perguntou o Sergio.
-Quer dizer que estou desempregada. Eu não vou aceitar a proposta dele...é que nem pensar.
-Já te disse que te posso ajudar.
-Não...já disse que não.
-Vamos dormir, então...amanhã é outro dia.
-É outro dia...que eu vou passar aqui em casa...aviso já que depois de amanha tenho de sair daqui, senão dou em maluquinha.
-Depois vemos o teu caso.
Desliguei o tablet, colocando-o em cima da mesa de cabeceira, assim como aos meus óculos. Virei-me para o Sergio e, até o sono chegar, estivemos numa de...namorar.

6 comentários:

  1. Olá!
    Oh pah eu gosto das tuas fics, dos teus fofinhos xD
    Já disse que este fundo me desconcentra??? É que nao consigo ler duas linhas seguidas!! xD
    Ai eu acho que o meu coraçaozinho nao aguentava uma apresentaçao aos sogrinhos xD Mas ate que correu bem!
    E quanto à Ana ainda arranja uma vaga no Marca xD
    Quero o proximo!!!

    Besito
    Ana Santos

    P.S. Nao ha um espacinho para mim na casa do Sergio?? Nao me importo (NADA) de ficar no closet xD

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  2. Olá!:)
    Bem aquele roupeiro é mesmo o sonho de qualquer mulher*.*
    Quem me dera ter a sorte de também ir lá "pedir emprestado" algumas roupinhas lool
    Quando ao capitulo não foge à regra e estava mesmo fantástico!!
    Agora vou ter de concordar com a Aninhas,este fundo....Valha-me nossa Senhora xD eu perdi a conta de quantas vezes desviei o olhar do texto para ver este menino lool
    Quero mais e rápidinho!
    Beijinhos
    Rita

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  3. Adorei, adorei, adorei!!
    Mais, por favor!
    Un Beso!

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  4. ADOREI!!!
    Preciso com urgência do próximo... e tal como a Ana e a Rita também me perco um bocadinho (enorme) com este fundo ;)
    Mais e rápido por favor
    Bjokinhas
    Mariaa

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  5. o próximo com urgência sff

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  6. Oláá :)
    Bem, aquele roupeiro é qualquer coisa xd
    E ainda bem que o jantar correu bem :)
    Próximos ?

    Beijinhos
    Daniela^^

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